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Para nova política, MEC ouve mais de 2 milhões de adolescentes

Os adolescentes foram ouvidos em iniciativa que visa fortalecer os anos finais do ensino fundamental

atualizado

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Marina Lopes
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1 de 1 mec-evento-adolescencias1 - Foto: Marina Lopes

Nessa quinta-feira (20/6), durante o Seminário Nacional de Direito à Educação e Garantia das Aprendizagens, em Brasília (DF), foram divulgados os primeiros dados da Semana da Escuta das Adolescências, que ocorreu entre 13 e 31 de maio.

Os dados iniciais revelaram que os adolescentes querem mais esportes, aulas práticas e atividades envolvendo tecnologia, segundo a iniciativa promovida pelo Ministério da Educação (MEC) junto com as redes municipais, estaduais e distrital.

Foram reunidos mais de 2,2 milhões de estudantes dos anos finais do ensino fundamental, em mais de 20 mil escolas brasileiras, para escutar as percepções deles sobre a escola em relação a: currículo, clima e convivência, inovação e participação.

A diretora do Instituto Porvir, Tatiana Klix, e a diretora da Agência de Soluções do Porvir, Regiany Silva, se uniram às consultoras Marisa Villi e Harika Merisse, da Rede Conhecimento Social, e Ernesto Faria, da Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), para formular uma metodologia aplicada na escuta presencial e no formulário on-line.

O convite para integrar o projeto surgiu por causa da experiência do Porvir com ações ligadas à juventude. Em 2016, mais de 400 mil estudantes foram ouvidos para entender quais eram seus sonhos e desejos em relação à escola, no projeto “Nossa Escola em (Re)Construção”.

“Essa experiência nos credenciou e usamos muito dela na formulação desses novos instrumentos de escuta que foram aplicados e usados por mais de 2 milhões de estudantes”, afirma Tatiana Klix.

Os resultados na íntegra vão ser divulgados em julho, junto com as devolutivas que as escolas participantes vão receber com orientações para discutir e tomar decisões de acordo com os resultados.

Política Nacional Escola das Adolescências

Por meio dessa iniciativa, que contou com apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o MEC trabalha em políticas para fortalecer a etapa. Umas delas é a Escola das Adolescências, lançada também no evento.

O governo federal tem como estratégia fortalecer os anos finais do ensino fundamental, com apoio técnico e financeiro, para tornar a escola mais atrativa aos adolescentes.

A iniciativa também pretender alcançar as metas 2 e 7, do Plano Nacional de Educação (PNE), que inclui a universalização do ensino fundamental e 95% de garantia de que os estudantes concluam com a idade recomendada.

A Política Escola das Adolescências vai se estruturar em três eixos:

— Governança: apoio para gestores e líderes aprimorarem suas práticas
— Organização curricular e pedagógica: organização de tempos e espaços curriculares para agregar a aprendizagem
— Desenvolvimento profissional: formação contínua dos profissionais da educação

Segundo a coordenadora-geral de ensino fundamental do MEC, Tereza Farias, essa implementação será de forma gradual, começando com 15 mil escolas voluntárias.

Colégios com menores indicadores socioeconômicos, com mais de 50% de alunos autodeclarados negros matriculados e com baixos indicadores de aprendizagem, serão priorizadas nessa política.

“Como não conseguimos abraçar as 47 mil escolas nesse momento, em 2024, vamos iniciar a primeira adesão com os maçadores étnico-racial, de aprendizagem e de condição socioeconômica. Vamos progressivamente, nos próximos anos da evolução do programa, ampliando o atendimento com apoio financeiro para trazer mais escolas”, explica Tereza.

No seminário, também foi lançado com iniciativa interfederativa do MEC, do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens. O foco é fomentar ações pedagógicas, gestão escolar e gestão de redes para superar as defasagens de aprendizagem agravadas durante a pandemia da Covid-19 e outras situações de emergência.

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