Novo Ensino Médio: maioria dos brasileiros aprova mudanças no currículo
População ainda não conhece a fundo projeto de ensino médio aprovado no país, mas admite que mudanças podem melhorar cenário atual
atualizado
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Embora 55% da população brasileira afirme desconhecer o modelo do Novo Ensino Médio, em implementação no país, a maior parte diz apoiar algumas medidas propostas pelo novo currículo. É o que mostra nova pesquisa divulgada nesta terça-feira (14/2) pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi).
Apenas 15% dos ouvidos se consideram informados ou muito informados sobre o tema. Quando apresentados a algumas propostas do Novo Ensino Médio, mesmo quem afirma não estar inteirado sobre as mudanças as vê como positivas:
- Enquanto 93% aprovam cursos profissionalizantes ou técnicos durante o ensino médio;
- 87% aprovam que os alunos possam adaptar o currículo à carreira que pretende seguir;
- 75% consideram positivo que os alunos escolham matérias que vão cursar;
- 72% aprovam o novo currículo e;
- 69% concordam com o aumento da carga horária.
A aceitação sobre algumas mudanças implementadas na nova estrutura caminha junto a desaprovação do atual modelo: 57% acreditam que os estudantes terminam o ensino médio pouco ou nada preparados para o ensino superior; e a mesma fatia acredita que a educação básica também não prepara os alunos para o mercado de trabalho.
O ensino médio aparece como a segunda etapa escolar com pior avaliação. A primeira é a alfabetização: 20% dos entrevistados consideram ruim ou péssima, enquanto o ensino médio é mal-avaliado por 14%. Em seguida aparecem o ensino fundamental (13%), as creches (11%), o ensino técnico/superior (8%) e a especialização/pós-graduação (7%).
A pesquisa ouviu 2.007 brasileiros com mais de 16 anos entre os dias 8 e 12 dezembro de 2022. Com 95% de confiabilidade, o levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Perspectivas de futuro
A pesquisa também quis saber se a população acredita que as mudanças terão impactos positivos na educação dos adolescentes do país. Entre aqueles que estão informados ou muito informados sobre o Novo Ensino Médio, 55% concordam que o modelo tem grande potencial para melhorar a formação dos alunos.
- 83% dizem que o Novo Ensino Médio vai desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes
necessárias para os jovens; - 83% acreditam que as escolas brasileiras formarão jovens mais preparados para desafios e demandas do atual
mercado de trabalho e - 80% concordam que o Novo Ensino Médio vai colaborar com um aumento na qualidade do ensino no país.
Novo Ensino Médio
O Novo Ensino Médio foi instituído com a aprovação da lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O projeto amplia o tempo mínimo do estudante na escola e flexibiliza a organização curricular.
Além das disciplinas obrigatórias, os alunos escolhem um itinerário formativo, que inclui outras disciplinas e projetos direcionados. São quatro opções: Matemáticas e suas tecnologias, Linguagens e suas tecnologias, Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências Humanas e Sociais aplicadas.
Os estudantes deixam de ter carga horária de 800 horas por ano e passam a ter mil horas por ano. Do mínimo de 3 mil horas nos três anos do ensino médio, 1800 devem ser dedicadas às disciplinas tidas como obrigatórias de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As 1200 horas complementares devem ser preenchidas com os itinerários formativos.