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Nova educação dispensa memorização e aposta em novas formas de pensar

Processo de aprendizado se baseia cada vez mais na aplicação do conhecimento e no estímulo à reflexão do aluno

atualizado

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Quando se pensa sobre educação nas próximas décadas, certamente algumas tendências aparecem com mais frequência. Além do uso de tecnologias mais personalizadas que combinam o melhor das ferramentas digitais com a experiência completa de aprendizado, uma série de inovações vem mexendo com as estruturas do processo de aprendizagem e ganhando espaço ao redor do mundo.

Isso porque uma nova dinâmica acaba forçando mudanças na educação básica e superior. Os jovens de hoje não se sentem mais obrigados a escolher somente um campo de atuação profissional, entendendo que precisam ter um perfil mais flexível para o mercado de trabalho.

Algumas experiências educacionais mais vanguardistas, por exemplo, preveem mudanças no tradicional modelo de formação de turmas. A Escola Gente, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, é pública e não tem séries. Apesar de inovador, o modelo ainda não é replicável por ser muito caro. O rompimento total do padrão que temos hoje se resume a algumas instituições que apostam em séries misturadas para que todos possam interagir, trocar experiências e aprender juntos.

Formação de líderes
A organização social Olabi trabalha com projetos que visam democratizar a produção de tecnologia. Segundo a fundadora da instituição, Gabriela Augustini, a iniciativa busca inovar por meio de experiências bem-sucedidas no Brasil e no mundo. “Não é para resolver o problema em escala, mas trazer novas experiências”, pondera Gabriela.

iStockUso de novas tecnologias estimula os alunos a não ficarem presos ao método de memorização e a refletirem sobre o que aprendem

O especialista Leandro Herrera, fundador e CEO da Tera, startup de educação que tem como missão formar líderes em design, tecnologia e negócios digitais, confirma que a metodologia de aprendizado passa por uma mudança. “No passado, existia um modelo de cliente passivo, que chegava na sala de aula e escutava o professor para depois reproduzir aquilo numa prova. No entanto, hoje já percebemos que o processo de aprendizado está na aplicação do conhecimento e reflexão do aluno. Por isso, tantas escolas trabalham com ensino de projetos”, explica.

Com outras passagens por empresas de educação e tecnologia, Herrera acredita que o processo de mudança na educação pode demorar décadas, principalmente quando falamos do ensino básico, que no Brasil é 80% composto pela rede pública. Isso, muitas vezes, dificulta o processo de mudança, pois depende de muitos agentes.

Trabalhando com projetos de inovação por meio da educação, Gabriela acredita que uma nova mentalidade voltada a mudar o modo de transmitir conhecimento está em curso, sobretudo pela capacidade das novas gerações de buscarem informações de forma mais acessível. No entanto, afirma que, enquanto essa postura não virar uma diretriz nacional, as escolas terão de continuar trabalhando com métodos tradicionais de memorização que visam a aprovação em provas e em processos seletivos de universidades.

Herrera explica que as mudanças são impulsionadas, principalmente, no segmento de educação para adultos, já que os profissionais tendem a pressionar mais em busca de novidades devido à cobrança do mercado de trabalho. “Eles abraçam mais as inovações”, pontua o CEO da empresa Tera.

Profissões em alta
Levantamento recente realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) elencou as principais profissões que irão despontar no mercado nos próximos cinco anos. Algumas ainda podem demorar mais para se consolidar, porém, segundo o documento aponta, a demanda já existe. As principais são: engenheiro de cibersegurança ou de fibras têxteis, mecânico de veículos híbridos, técnico em impressão de alimentos e operador de máquina high speed.

O material do Senai leva em conta como novas tecnologias – entre elas realidade virtual, automação, internet das coisas e impressão 3D – estão influenciando a dinâmica de setores da indústria brasileira.

Dados de pesquisa lançada em 2018 pelo Linkedin elegeu a ciência de dados a competência mais procurada atualmente no mercado de trabalho mundial. Entre as profissões mais citadas, as 20 primeiras são todas híbridas – em que os profissionais casam conhecimento de negócios com competências técnicas. “Se antes existia uma distinção clara, hoje não existe mais. Todas as profissões englobam algum conhecimento de tecnologia”, afirma Leandro Herrera, fundador e CEO da startup de educação Tera.

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