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No balanço do Enem, chama a atenção o alto percentual de abstenções

De um total de 8,6 milhões de alunos inscritos, 39,7% faltaram no sábado (3/12) e 41,4% deixaram de fazer provas no domingo (4/12)

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
ENEM 2016
1 de 1 ENEM 2016 - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

A segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terminou sem ocorrências graves, segundo divulgou o Inep na noite deste domingo (4/12). O segundo dia teve apenas oito candidatos eliminados, todos em decorrência de descumprimentos do edital, como sair antes do horário permitido ou portar objetos proibido. Ao todo, 11 candidatos foram desclassificados nos dois dias de prova.

Chama a atenção, porém, o percentual de abstenção na edição deste ano do exame. O sábado (3/12), primeiro dia de prova, teve 39,7% de ausências; e no domingo o índice de faltosos ficou em 41,4%.

Maior percentual desde 2009
Com o balanço, o número total de candidatos que fizeram as provas ficou em 6.005.607, enquanto pouco mais de 8,6 milhões se inscreveram. Este é maior percentual de abstenções no Enem desde 2009.

As faltas implicam também prejuízos financeiros para o Governo Federal. Cada prova custa aos cofres públicos R$ 90. Com a ausência de mais de 2,6 milhões de pessoas, R$ 236 milhões desembolsados pelo governo não foram aproveitados.

Motivo de reflexão
Para o ministro da Educação, Mendonça Filho, o índice de 30,4% de faltas, acima dos 28% de anos anteriores, merece “reflexão”. “Dos 277 mil inscritos, mais de 77 mil sequer consultaram seus cartões de prova. Isso mostra um total desinteresse dessas em fazer a prova. Fica o espaço para refletirmos como fazer para que elas compareçam à prova nos próximos anos”, avaliou.

Mendonça Filho disse ainda que o Inep e o Ministério vão discutir este ano junto a educadores e especialistas maneiras de aproximar o Enem dos candidatos para diminuir o índice de abstenção, mas não existe ainda nenhuma proposta concreta. Ele reforçou, no entanto, que isso não significa que o Ministério esteja insatisfeito com a avaliação da maneira como ela é feita atualmente.

Consulta pública
O ministro disse ainda que não há suspeita de vazamento das provas por servidores do Ministério da Educação. “Não há indício de envolvimento de nenhum servidor público em esquema de fraude ou vazamento de provas. Isso mexe com a índole de funcionários respeitados”, comentou.

O Ministério vai abrir uma consulta pública para aprimorar a avaliação. O modelo vai ser definido ao longo do mês de dezembro.

O Enem terá ainda uma terceira aplicação, nos próximos dias 13/12 e 14/12, nas unidades prisionais para 55 mil inscritos presos. O gabarito oficial das provas deste fim de semana será divulgado na próxima quarta-feira (7/12).

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