MPF processa Weintraub por dizer que há “Cracolândia” em universidades
Ex-ministro declarou, mais de uma vez, que há plantações de maconha em instituições públicas de ensino superior
atualizado
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O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi processado pelo Ministério Público Federal (MPF) por acusações falsas sobre universidades públicas brasileiras.
A ação, protocolada na última quinta-feira (15/4), aponta reiteradas declarações de Weintraub sobre a existência de plantações de maconha em universidades públicas, enquanto era titular da pasta.
Um conjunto de afirmações dolosamente incorretas ou distorcidas, na avaliação do Ministério Público, tiveram o claro propósito de desacreditar o serviço prestado por essas instituições de ensino.
Se condenado, o ex-ministro da Educação pode ter os direitos políticos suspensos e ser obrigado a pagar multa.
Weintraub disse, em entrevista ao “Jornal da Cidade” publicada em novembro de 2019, que as universidades são “madraças de doutrinação” e “têm plantações extensivas” de maconha.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro disse que as universidades “têm Cracolândia” em alguns câmpus.
Ele reafirmou a declaração ao ser convocado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em dezembro de 2019.
Ao ser convidado a se manifestar durante as investigações, Weintraub enviou cópias de reportagens que mostram pés de maconha na UFRGS, na Unimontes e em área próxima à Universidade de Brasília. Dessas, a maior quantidade foi encontrada na UnB: uma dúzia.
“Vê-se, portanto, que a suposição genérica do ministro se deu a partir de casos simplórios, pontuais e isolados de consumo e tráfico de drogas em ambientes universitários”, diz o MPF.
“É preciso reconhecer que os pronunciamentos de agentes públicos e políticos, notadamente da cúpula dos Poderes, não são inocentes e podem gerar graves consequências positivas ou negativas”, completa.
Leia a íntegra do processo:
AIA Improbidade – Abraham Weintraub Drogas e Universidades Publicas by Tacio Lorran Silva on Scribd