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Ministro vai investigar salários de universidades: “Zebra mais gorda”

Abraham Weintraub também disse que não vai fazer nada para ampliar o Fies e criticou a cor vermelha do painel do evento

atualizado

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Abraham Weintraub
1 de 1 Abraham Weintraub - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta quinta-feira (26/09/2019) que o principal problema da pasta é “gastar uma fortuna com um grupo pequeno de pessoas”, os professores de universidades federais. “Tenho de ir atrás da zebra mais gorda, que está na universidade federal trabalhando em regime de dedicação exclusiva para dar só 8 horas de aula por semana e ganhar R$ 15 mil, R$ 20 mil”, disse ele, em evento sobre ensino superior privado. Ele ainda disse que “não vai fazer nada” sobre o programa de Financiamento Estudantil (Fies). “Vocês têm de se virar”, afirmou, em resposta direcionada a gestores de faculdades particulares.

O MEC quer exigir a contratação dos professores via CLT (carteira assinada), e não por concurso público, para adesão ao Future-se, novo programa da pasta para captar verbas privadas. A maioria das universidades federais, no entanto, rejeita o programa.

Na abertura da do Fórum Nacional do Ensino Superior, em São Paulo, Weintraub defendeu o projeto Future-se e a autorregulação das faculdades privadas. “Pela primeira vez em cem anos, o país tem um liberal na presidência e à frente do MEC. Aproveitem essa oportunidade, aproveitem que não ficamos criando problema para vender solução.”

Hermes Fonseca, presidente do Semesp, entidade que representa as faculdades particulares em São Paulo, perguntou qual seria o plano do novo governo para recuperar o Fies, que tem sido reduzido pelo ministério desde o fim de 2014. “O que o governo vai fazer por vocês? Nada, o governo não vai fazer nada”, respondeu Weintraub.

“O Fies foi um crime do ponto de vista financeiro. Metade dos alunos financiados está inadimplente. É uma bomba que vai ter de ser desatada. Muitos de vocês aqui estão com esse problema nas mãos”, disse. O tom causou desconforto na plateia, composta por donos e dirigentes de entidades particulares de ensino superior. Weintraub também criticou a cor do painel do evento, vermelha, e sugeriu à organização que mudasse o slogan (“Uma nova forma de pensar a educação”). “Tem de tirar educação e pôr ensino. A gente não tem de dar educação, mas sim ensino. Quem educa é a família”, afirmou.

O ministro, porém, defendeu afrouxar as regras de fiscalização e credenciamento para a abertura de novos cursos e faculdades privadas. Segundo ele, o mercado pode se autorregular e cobrou que o setor é quem deve apresentar a proposta de autorregulação para o MEC. “Vamos dar liberdade e cobrar responsabilidade (das entidades de ensino privado). Quem pisar fora da linha, vai ter de lidar com o juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça e da Segurança Pública)”, disse.

Em uma fala de 20 minutos, Weintraub também citou a nova proposta que está sendo debatida para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), principal mecanismo de financiamento do ensino básico do País. O Congresso sugere aumentar a participação da União a esse fundo de 10% do valor total para 40%, o que foi rejeitado pelo MEC.

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