Ministro da Educação sobre Enem: “Tentaram politizar as provas”
Aplicada neste domingo (21/11), a primeira etapa das provas abordou temas como racismo, povos indígenas e população carcerária
atualizado
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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que houve uma tentativa de “politizar as provas” do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, em entrevista neste domingo (21/11). Ribeiro também afirmou que, se o governo tivesse interferido no exame, algumas das perguntas “talvez não estariam ali”.
“Sobre a cara do governo, vocês puderam notar que segue o mesmo padrão nas provas, em nenhum momento podemos discutir quando analisar as questões. Isso foi uma narrativa, tentaram politizar a prova. Não teve nenhuma interferência. Talvez se tivesse, algumas perguntas talvez não estariam ali”, disse.
O chefe da pasta não detalhou a quais questões se referia. A primeira etapa do exame, aplicada neste domingo, abordou temas como racismo, povos indígenas e população carcerária, além de sexualização da mulher.
Enem tem questões sobre “Admirável Gado Novo”, racismo e indígenas
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que as questões do Enem não repetiriam “absurdos” do passado e que a prova teria “a cara do governo”.
Em entrevista neste domingo (21/11), o ministro da Educação concordou com o chefe do Executivo e reafirmou que o exame teve, sim, a cara do governo: “Seriedade, transparência, assuntos de cunho acadêmico, sem desvios de recursos, sem vazamento de questões ou provas. Essa é a cara do nosso governo, seriedade e profissionalismo”, defendeu.
Instabilidade no Inep
Às vésperas do exame, servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fizeram acusações sobre suposto assédio moral que sofreram para retirar questões com temas considerados inadequados pela gestão do órgão.
Os servidores estão em pé de guerra com o presidente da instituição, Danilo Dupas. Desde semana passada, há um processo de desmonte da estrutura e saída de gestores técnicos de suas funções. Na segunda-feira (8/11), 31 coordenadores pediram exoneração de cargos comissionados.