MEC reduz valor máximo de financiamento do Fies

O Ministério da Educação (MEC) reduziu em 28% o valor do benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para este primeiro semestre de 2017. Antes, os estudantes podiam pegar um empréstimo de até R$ 42 mil a cada semestre, o que significava uma mensalidade de cerca de R$ 7 mil. A partir de agora, o teto será de R$ 30 mil.

Questionado pelo Metrópoles se essa redução poderia significar um menor número de alunos em cursos caros, como medicina, ou mesmo uma queda na qualidade das faculdades que disponibilizam tais formações, o ministro da Educação, Mendonça Filho, negou.

Eu não creio nisso. Nós temos mecanismos de fiscalização para evitar qualquer queda na qualidade do ensino. Mas é dever do governo colocar critérios em qualquer financiamento, até para evitar que os estudantes fiquem cada dia mais endividados

Mendonça Filho, ministro da Educação

Segundo a pasta, neste primeiro semestre, serão disponibilizados 150 mil novos contratos para estudantes que quiserem aderir ao programa, que possibilita aos alunos o pagamento da dívida com as universidades após a conclusão do ensino superior. No primeiro semestre de 2016, foram 148 mil vagas.

O governo federal anunciou outras mudanças a partir de março de 2017. “Fizemos um estudo para identificar os problemas do Fies. O programa, como está, não é sustentável. Será criado um comitê interministerial de acompanhamento do Fies. Buscaremos mais transparência”, afirmou Mansueto Facundo de Almeira Júnior, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.

Prouni e Sisu
O MEC fez ainda um balanço do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (ProUni), que já encerraram suas inscrições. Em 2017, o Sisu ofereceu 238 mil vagas para 2,5 milhões de candidatos. Entre as 10 maiores notas de corte das faculdades públicas espalhadas pelo Brasil, a Universidade de Brasília (UnB) aparece em terceiro lugar. O curso de medicina da UnB exigia nota mínima de 829,6 do estudante que buscava uma vaga por meio do sistema de seleção.

Já o ProUni ofertou, neste início de ano, mais de 214 mil vagas em instituições de ensino particulares para estudantes de baixa renda. Foram mais de 1,5 milhão de inscritos na luta por bolsas integrais ou de 50% disponibilizadas pelo governo federal. Os cursos mais procurados foram direito, administração, pedagogia, enfermagem e educação física.