MEC planeja lançar programa de alfabetização na idade certa em junho
Programa do MEC quer garantir alfabetização de crianças até o fim do 2º ano e também recuperar atrasos no aprendizado causados pela pandemia
atualizado
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O Ministério da Educação (MEC) planeja lançar ainda em junho o novo programa da pasta, focado na alfabetização na idade certa. A previsão é que o investimento inicial será de R$ 800 milhões.
O programa terá duas frentes: uma direcionada para garantir a alfabetização no 1º e 2º ano do ensino fundamental, e outra para apoiar os alunos do 3º ao 5º ano que ainda não estão completamente alfabetizados.
“Tem duas grandes frentes: uma é a garantia da alfabetização na idade adequada, a garantia do direito da criança, de matemática e leitura escrita básica. E uma outra frente da política criança alfabetizada está relacionada à recomposição das aprendizagens, o que estamos chamando de consolidação da alfabetização, do terceiro ao quinto ano, a maior parte das escolas e dos professores com quem a gente tem dialogado tem reclamado muito”, explica ao Metrópoles a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt.
A recomposição de aprendizagens, de acordo com a secretária, tem foco em “preparar professores que não são alfabetizadores para que também possam apoiar seus estudantes em outros níveis, para superar essa dificuldade de alfabetização, especialmente no pós-pandemia”.
O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2019 e 2021 mostra queda na proeficiência em língua portuguesa e matemática de crianças no 2º ano do ensino fundamental, depois da pandemia da Covid-19.
No caso da língua portuguesa, a média do Saeb 2019 para os alunos do 2º ano foi de 750. Em 2021, de 725,9. A queda, portanto, foi de 24,1 pontos. Já em matemática, a média caiu de 750 em 2019 para 741,6 em 2021 (queda de 8,4 pontos).
Os R$ 800 milhões destinados à ação neste ano serão alocados com formação de professores, apoio a material complementar, infraestrutura e uma frente de monitoramento e apoio ao programa. “Vamos apoiar, em 98 mil unidades escolares no Brasil, que todas as aulas do fundamental tenham um cantinho da leitura com uma estantezinha, com livros adequados para as crianças manipularem, garantir a hora da leitura em todas as escolas”, pontua Kátia.
Já a frente de monitoramento e apoio será composta por articuladores, em estados e municípios, para coordenar a política e apoiar a formação de professores.
Alfabetiza Brasil
Em abril, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realizou pesquisa com professoras alfabetizadoras de redes municipais de educação das cinco regiões do país.
O objetivo é estabelecer um entendimento nacional de quais são os conhecimentos e habilidades desejados em uma criança alfabetizada, ao fim do 2º ano do ensino fundamental.
A segunda etapa do projeto foi iniciada nesta semana. Especialistas em educação debatem as informações coletadas para estipularem uma linha de corte nacional da alfabetização, a ser utilizada no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) dos próximos anos.