Mais da metade dos alunos de 8 anos tem níveis baixos de leitura
Dados divulgados pelo Ministério da Educação apontam baixo desempenho na maior parte dos estados brasileiros
atualizado
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Mais da metade (56,2%) dos alunos do 3º ano do ensino fundamental tem níveis baixos de leitura. Isso é o que indicam os dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) 2014, divulgados nesta quinta-feira (17/9) pelo Ministério da Educação (MEC). Em Matemática, a situação é parecida: 57% dos estudantes que fizeram a prova têm domínio fraco do conteúdo para a idade (oito anos).
Essas são as proporções de alunos que ficam nos dois patamares mais baixos de domínio em leitura e Matemática (cada um com quatro níveis) da avaliação. Em escrita, 26,6% deles ficaram nos dois patamares inferiores – em uma escala de cinco.
No caso da leitura, por exemplo, não alcançar os dois níveis superiores significa que a criança não consegue identificar uma informação explícita, no meio ou no final do texto, em um poema ou cantiga folclórica. Em relação à escrita, estudantes nos dois primeiros níveis não conseguem construir um texto legível e escrevem palavras com letras trocadas.
Dos 26 Estados e o Distrito Federal, apenas seis têm menos da metade dos alunos nos níveis inferiores de leitura.
Histórico
A ANA foi criada com o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), lançado pela presidente Dilma Rousseff em 2012. Os indicadores de 2014 ficaram próximos aos números de 2013, primeiro ano em que a ANA foi feita. O MEC não divulgou oficialmente os dados da edição por considerá-los apenas um diagnóstico inicial.
Em relação à edição anterior da ANA, houve estagnação nos indicadores. Naquele ano, 57% dos alunos ficaram nos dois primeiros níveis de leitura. Em Matemática, esse porcentual foi de 58%. Já em escrita, 41,5% haviam ficado nos dois patamares inferiores – mas, à época, a escala usada era de quatro níveis.
Neste ano, a pasta decidiu cancelar a realização da ANA. O principal motivo foi corte de gastos. De acordo com o governo, a medida também tem caráter de reavaliação pedagógica. Há a possibilidade de que o exame seja aplicado a cada dois anos.
Fonte: Agência Estado
Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas