Investir em educação dos filhos é prioridade para 79% dos pais
Mais de 66% dos pais brasileiros ouvidos na pesquisa HSBC acreditam que as escolas privadas são melhores que as públicas
atualizado
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Investir em educação é uma prioridade para os pais brasileiros. De acordo com pesquisa global realizada pelo HSBC, 79% das famílias consideram que o melhor investimento que podem fazer é pagar por um ensino de qualidade para os filhos. Trata-se do maior percentual entre todos os 15 países pesquisados, entre eles Austrália, Canadá, França, México, Reino Unido e Estados Unidos.
Porém, os investimentos tendem a ser altos e contemplam desde mensalidades em escolas privadas e material didático até aulas de idiomas e de reforço. Segundo dados do Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (Invent), o custo para sustentar uma pessoa até os 23 anos pode chegar a R$ 2 milhões em uma família de classe média alta, que recebe mais de R$ 15 mil por mês. No caso de uma família com renda entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, os valores chegam a R$ 948 mil. Para quem recebe de R$ 2 mil a R$ 5 mil mensais, o volume total também não é pequeno: R$ 407 mil.
A pesquisadora Yanna Reis é mãe de um menino de 9 anos que estuda em uma escola privada de classe média alta no DF. A mensalidade hoje está em torno de R$ 1,5 mil. Segundo ela, os reajustes dos últimos anos foram de 6% a 10%. Apesar de já ter cogitado mudar o filho de escola algumas vezes, por causa das dificuldades financeiras, sempre pondera por acreditar que uma boa escola pode fazer a diferença a longo prazo. “Muitas vezes é aquela velha história do barato que sai caro”, aponta.
Os pais que podem bancar uma educação privada não hesitam. Mais de 66% dos pais brasileiros ouvidos na pesquisa HSBC acreditam que as escolas privadas são melhores que as públicas.
Mensalidades
Em meio à crise econômica brasileira, muitas escolas optaram por não reajustar as matrículas ou aplicar apenas um leve aumento, para garantir a permanência dos alunos. No Distrito Federal, a orientação do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe) é manter o reajuste das mensalidades em 5%, consoante com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Segundo o presidente Associação de Pais e Alunos do DF (Aspa), Luis Megiorin, esse pedido era antigo. Ele ainda defende que as escolas apresentem planilhas de custos para os pais. “Há um custo que não é aparente, como material didático, passeios, reforços, entre outros. Com isso, é como se pagasse uma nova mensalidade”, pondera o advogado.
Megiorin, que ainda é presidente da Comissão de Educação da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF), admite que o delicado período econômico fez os colégios recuarem em possíveis aumentos, mas reforça a necessidade da educação privada num país como o Brasil, com tantas mazelas no ensino público. “O pai precisa saber que manter o filho numa escola particular é um investimento”, conclui.