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IBGE: atraso escolar diminui, mas ainda atinge 26,4% dos jovens

Os adolescentes que estão fora da escola chegam a 15%. Trabalho infantil e gravidez estão entre causas de interferência nos estudos

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Estudantes sentados em carteiras virados para o quadro e mulher escrevendo em quadro branco
1 de 1 Estudantes sentados em carteiras virados para o quadro e mulher escrevendo em quadro branco - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A chamada distorção idade-série, ou seja, a proporção de estudantes com idade dois anos ou mais acima da esperada para a série em que estão matriculados, foi reduzida entre 2005 e 2015 de 36,9% para 26,4% na faixa etária dos 15 aos 17 anos, que corresponde ao Ensino Médio. A informação é da Síntese de Indicadores Sociais, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira (2/12).

O índice chega a 36,4% no Nordeste e é mais dramático entre os mais pobres – que recebem o primeiro quinto de renda – (40,7%), moram em áreas rurais (40%) e são pretos ou pardos (31,4%). Na rede pública, a defasagem é 3,6 vezes maior do que na particular

Dados de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), indicam que 36,1% os estudantes brasileiros de 15 anos ou mais que tinha repetido ao menos um ano na escola, o que coloca o País atrás de países como México e Indonésia (ambos com 15,5%) no ranking mundial.

Os adolescentes que estão fora da escola chegam a 15%. A escolaridade média da população de 25 anos ou mais aumentou de 6,5 anos de estudo para 7,9 na década em questão.

O IBGE compara com dados do Chile: o país alcançou 7,3 anos de estudo em 1985 – o número deve ser relativizado por conta da pequena população do país, hoje estimada em 17 milhões de habitantes, enquanto o Brasil tem 204,9 milhões.

Em relação ao ensino superior, a série história revela o impacto das políticas governamentais para a democratização do ingresso na faculdade, como o ProUni, de concessão de bolsas de estudos, que passou a vigorar em 2005. Naquele ano, a taxa de frequência na graduação entre pretos e partos era de 5,5%; em 2015, havia passado para 12,8%.

Nas faculdades públicas, em 2005 apenas 0,9% dos estudantes pertenciam ao grupo dos 20% mais pobres da população; em 2015, eram 8,3%. Já a presença dos 20% mais ricos foi reduzida de 52,1% para 35,7% neste período.

A Síntese é feita pelo IBGE desde 1998. Esta edição utilizou números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 e do Censo de 2010, entre outras publicações, e trouxe dados relativos a demografia, famílias, educação, trabalho, distribuição de renda e domicílios. O objetivo da síntese é traçar um perfil das condições de vida da população.

Trabalho e gravidez
Verificou-se a redução do trabalho infantil de 2005 a 2015 na população de 10 a 13 anos: a taxa passou de 9,3% para 2,7%. Nas áreas rurais, baixou de 26,9% para 8%.

Outro dado é relativo à gravidez na adolescência. O Brasil tem índices próximos aos da América Latina e longe dos número da América do Norte: entre 2005 e 2015, os registros baixaram de 76,3 para 59,4 filhos a cada mil adolescentes de 15 a 19 anos; na América Latina é 66,5; na América do Norte, 28,3 por 100 mil.

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