metropoles.com

Governo quer que MPF investigue UnB por disciplina “Golpe de 2016”

MEC suspeita que a universidade esteja praticando “proselitismo político e ideológico de uma corrente política”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O governo federal vai pedir ao Ministério Público (MPF) que investigue a abertura da disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” na Universidade de Brasília (UnB). A instituição de ensino irá oferecer 50 vagas para alunos interessados em cursar a matéria, sob o comando do professor Luis Felipe Miguel.

O Ministério da Educação (MEC) suspeita que a UnB esteja praticando “proselitismo político e ideológico de uma corrente política usando uma instituição pública de ensino”. Além do MPF, o MEC pretende encaminhar solicitação também à Advocacia-Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU), para que apurem se houve ou não improbidade administrativa por parte dos responsáveis pela criação da disciplina do curso de Ciência Política.

Procurado, o ministro da Educação, Mendonça Filho, lamentou, por meio de nota, “que uma instituição respeitada e importante como a Universidade de Brasília adote uma prática de apropriação do bem público para promoção de pensamentos político-partidários”.

Dividida em cinco módulos, a disciplina tem indicativos de ter sido criada exclusivamente para militância partidária, algo que pode ser percebido no caso da temática de algumas unidades como o lulismo e a promoção da paz social, o governo Dilma e a tentativa de repactuação lulista e a resistência popular e as eleições de 2018.

Ministério da Educação, em nota

Entenda
De acordo com a ementa da disciplina, durante as aulas, os estudantes entenderão “os elementos de fragilidade do sistema político brasileiro que permitiram a ruptura democrática de maio e agosto de 2016, com a deposição da presidente Dilma Rousseff”. Além disso, a matéria pretende analisar o governo presidido por Michel Temer e “investigar o que sua agenda de retrocesso nos direitos e restrição às liberdades diz sobre a relação entre as desigualdades sociais e o sistema político no Brasil”.

Há ainda aulas previstas com os seguintes temas: “A nova direita radical e a ascensão do parafascismo”, “A campanha pela deposição de Dilma”, “Possibilidades de reforço da resistência popular e de restabelecimento do Estado de direito e da democracia política no Brasil”, “A campanha pela deposição de Dilma: a mídia”, “A campanha pela deposição de Dilma: o Judiciário e a Lava Jato” e “O projeto do governo Temer: retirada de direitos”.

Em nota, a Universidade de Brasília afirmou que a proposta de criação de disciplinas, bem como suas respectivas ementas, é de responsabilidade das unidades acadêmicas, que têm autonomia para propor e aprovar conteúdos em seus órgãos colegiados.

“Além disso, a referida disciplina é facultativa, não integrando a grade obrigatória de nenhum curso. A UnB reitera seu compromisso com a liberdade de expressão e opinião – valores fundamentais para as universidades, que são espaços, por excelência, para o debate de ideias em um Estado democrático”, completou a universidade.

Já o professor Luis Felipe Miguel postou um desabafo nas redes sociais defendendo a matéria. Confira abaixo:

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?