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Federação recomenda desconto de salário a professor que aderir a greve

O documento da Fenep diz que as escolas devem “priorizar o contrato firmado com as famílias” e ainda defende a reforma da Previdência

atualizado

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professor Preschool kid raise arm up to answer teacher question on whiteboard in classroom,Kindergarten education concept
1 de 1 professor Preschool kid raise arm up to answer teacher question on whiteboard in classroom,Kindergarten education concept - Foto: iStock/Foto ilustrativa

Depois da adesão de diversos colégios à greve nacional em defesa da educação, a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) encaminhou um ofício para as unidades recomendando que não paralisem as atividades nesta quarta-feira (15/05/2019) e descontem o salário dos professores que não comparecerem às aulas. Apenas em São Paulo, mais de 25 escolas comunicaram que vão suspender ou alterar as atividades por causa do protesto.

O documento da federação diz que as escolas devem “priorizar o contrato firmado com as famílias” e defende a reforma da Previdência.

Entidades estudantis e de educadores marcaram protestos em todos os estados contra o bloqueio de verbas na educação, os ataques do ministro da Educação, Abraham Weintraub, às universidades federais e cursos de humanidades. A pauta também inclui a oposição a projetos como o Escola sem Partido e a reforma da Previdência.

Greve
No ofício, a Fenep, que representa mais de 40 mil instituições de ensino com mais de 15 milhões de estudantes, diz que valoriza a liberdade de ensino e pensamento, mas defende que as escolas não recorram à paralisação como “forma de manifestação institucional”. “Não podemos perder de vista a responsabilidade com o calendário escolar (…) naturalmente, a normalidade do dia escolar dependerá, em larga medida, da presença de professores e funcionários. A orientação é para que a escola desconte o salário de quem não compareça ao trabalho”, diz o documento.

Presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira defendeu que não cabe às escolas participar de “movimento político” e devem priorizar o contrato com as famílias. “Temos que ter responsabilidade com o contrato feito com os pais, com o calendário escolar. Não temos que defender pauta política”, disse.

Ele ainda defendeu que, caso as escolas fossem se posicionar politicamente, que iriam ser favoráveis à reforma da previdência e aos cortes na educação. “Por que o governo não pode fazer cortes? Cortar custos desnecessários? Por que não pode diminuir os salários dos professores universitários? Quem paga os gastos do setor público somos nós, a sociedade”, disse.

O ofício divulgado pela federação também defende as mudanças nas regras para a aposentadoria. “A insustentabilidade e desigualdade do atual sistema de Previdência Social já foi exaustivamente demonstrada (…) Como educadores, entendemos que se não tivermos condições de legar aos jovens o país e sua economia mais organizados, convém ao menos que lhes tenhamos assegurado informações claras para que possam discernir onde reside de fato o interesse deles”.

Gilson Reis, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), diz que, infelizmente, a posição dos donos de escolas não surpreende, mas demonstra uma visão equivocada sobre o cenário educacional do País. “Só deixa evidente uma visão tacanha e tosca sobre educação. Não percebem que o impacto da desvalorização da educação afeta a todos, independentemente de ser da rede privada ou pública”, diz.

Ele avalia que a ameaça de desconto salarial não vai inibir os professores de participarem da mobilização.

Convocação
A greve foi convocada pelas maiores entidades estudantis e sindicais do País, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Além disso, todas as universidades e institutos federais do País também convocaram protestos para esta quarta-feira, em resposta ao bloqueio de 30% de seus orçamentos.

Universidades estaduais também aderiram à manifestação depois do anúncio do corte de bolsas para educação e pesquisa.

Em São Paulo, o ato está marcado para as 14h na avenida Paulista, em frente ao Masp.

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