Escolas investem em simulados e intensificam preparação do Enem e PAS
Provas auxiliam alunos a controlar o tempo, avaliar principais falhas em estudos e administrar o nervosismo no dia da seleção
atualizado
Compartilhar notícia
Muita leitura, exercícios, simulados e uma intensa carga horária de estudo. Preparar-se para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou para o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) não é algo fácil. Exige dos estudantes do ensino médio muita dedicação, horas debruçadas sobre livros, organização e disciplina. Muitos especialistas acreditam que esta é a fase mais crucial da vida de um adolescente.
Portanto, a preparação mais focada das escolas é fundamental para garantir um bom desempenho. E cada uma mantém uma receita de sucesso para aprovar o maior número de alunos no Distrito Federal. Para o diretor pedagógico Angel Prieto, trabalhar o conteúdo de maneira diluída em cada série do ensino médio é uma boa forma de preparação para o PAS. Já para o Enem, ele sugere a realização constante de simulados como forma de treinar o candidato para o momento decisivo. “Isso ajuda o aluno a entender qual área precisa focar mais. Assim, ele ganha experiência e percebe a melhor forma de atuar no dia da prova”, explica.
O objetivo de escolas que têm essa estratégia como vetor durante a formação escolar é claro: a aprovação do aluno. Matheus Kaiser é coordenador pedagógico do ensino médio em uma instituição particular que oferece 35 aulas da grade curricular voltadas para atender o PAS e o Enem, além de orientações de estudo no horário de contraturno.
Dentro da escola, ainda funciona um cursinho preparatório com ritmo acelerado para revisão de disciplinas. Aproximadamente 30% dos alunos do 3º ano decidiram aprofundar os estudos nesse cursinho.
Segundo Kaiser, o diferencial da instituição é trabalhar com a personalização do atendimento para cada aluno. “Assim conseguimos identificar dificuldades e potencialidades”, afirma. Cada turma conta com um professor titular conselheiro para atuar como mentor dos jovens.
Nos últimos anos, a UnB optou por reservar 25% das vagas de graduação para atender alunos oriundos do Enem por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), mecanismo criado pelo Ministério da Educação (MEC) com o objetivo de democratizar e facilitar o acesso às vagas em instituições de ensino superior públicas. Segundo Eli Guimarães, supervisor do ensino médio de uma instituição do DF, esse movimento aumentou o interesse dos alunos da capital federal pela prova.
A escola tem que acomodar o planejamento para os dois tipos de seleções [PAS e Enem]. Elas não são excludentes.
Eli Guimarães, supervisor do ensino médio
Ele acredita que trabalhar a carga de leitura com os alunos é essencial, já que tanto o Enem quanto o PAS exigem que o candidato saiba interpretar diferentes tipos de gêneros textuais.
Barbara Amaral, estudante do 3º ano (foto em destaque), prepara-se para fazer o Enem neste ano e sonha em ingressar no curso de engenharia aeroespacial. De acordo com a estudante, a preparação inclui simulados, resolução de questões das provas anteriores e dicas dos professores. A jovem, de 17 anos, acredita que o nível de leitura exigido pelo exame é bastante cansativo, com textos longos e muita interpretação de texto, porém diz que está preparada. “O principal é saber controlar o tempo em cada questão”, pondera.
Ela acredita que os estudantes precisam estar atentos a diferentes tipos de estruturas de redação. “Enquanto o Enem cobra uma dissertação argumentativa a respeito de temas sociais com proposta de intervenção, o PAS não especifica. Então, é muito importante saber a estrutura de uma carta argumentativa, de uma dissertativa e outros gêneros. Os temas do PAS são mais aleatórios”, pontua a estudante.
Futuras carreiras
Muito além de um espaço que prepara os alunos para buscar bons resultados nos principais exames do país, o diferencial das escolas está nas experiências que podem proporcionar, principalmente para auxiliar na futura escolha profissional. Por isso, o coordenador pedagógico Matheus Kaiser afirma que essas instituições precisam trabalhar o lado emocional do estudante, além de prepará-lo para uma nova fase, a da universidade.
Eli Guimarães explica que é fundamental trabalhar com os alunos o esclarecimento das carreiras com exemplos do mercado de trabalho. “Muitas vezes, os jovens optam pelas chamadas profissões imperiais – medicina, engenharia ou direito – por desconhecerem o universo mais amplo das carreiras”, pontua.