Erros no Enem: correção rápida foi “vitória”, diz chefe do Inep
Alexandre Lopes ainda chamou o exame de “bem-aplicado”, minimizando os problemas que atingiram 5.974 candidatos
atualizado
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O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, afirmou, no início da noite desta segunda-feira (20/01/2020), que a correção “rápida” das “inconsistências” detectadas em notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 – e que afetaram 5.974 candidatos – foi “uma vitória”.
Para Lopes, as falhas ficaram abaixo do estimado inicialmente (a previsão era de que até 1% das provas tivessem sido afetadas) e que, por isso, ele avalia que a prova foi “bem-aplicada”.
“Conseguimos identificar e corrigir antes do prazo estipulado para abertura do Sisu (Sistema Unificado de Seleção), conseguimos entregar um Enem com resultado adequado, no prazo, sem prejuízo para o aluno”, declarou.
Durante coletiva de imprensa, o Inep anunciou que os erros atingiram 0,15% dos 3,9 milhões de candidatos que fizeram a prova no ano passado. No total, houve problemas em 5.974 provas: 80% das notas foram aumentadas e as demais diminuíram ou permaneceram iguais.
No balanço geral, o presidente avaliou que a aplicação foi bem- sucedida por uma série de fatores: “Nós tivemos a maior participação de todas as edições do Enem; nível extremamente baixo de intercorrências, que geraram 151 recursos, com apenas 99 pessoas fazendo a replicação em dezembro; a prova está sendo elogiada e muito bem-recebida por estudantes e professores, foi aplicada de forma adequada, único problema que tivemos foi a pessoa que tirou a foto do tema da redação e não teve nenhum tipo de prejuízo. Enem 2019 continua sendo muito bem-aplicado.”
Os erros foram identificados após reclamações de candidatos que fizeram a prova e estranharam as notas divulgadas pelo Inep. No último sábado (18/01/2020), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, admitiu “inconsistências” na correção de provas de parte dos candidatos. O Inep disponibilizou um canal para que os estudantes que se julgaram prejudicados pudessem questionar a nota e, durante o prazo para recorrer, 172 mil pessoas enviaram e-mails.
Os gabaritos corretos já estão disponíveis nas páginas dos participantes, anunciou Lopes.
Redações
O Inep sustenta que o sistema de correção das redações já “pressupõe uma revisão” em caso de “notas muito diferentes”. A posição do órgão foi dada para tentar tranquilizar candidatos, que foram às redes sociais para demonstrar receio de que as falhas detectadas em milhares de notas referentes às provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possam se repetir na correção das redações.
Segundo o Inep, como inicialmente dois professores avaliam os textos, individualmente, sem que um saiba da nota atribuída pelo outro, o sistema já protege os candidatos. Com o acréscimo de que, em caso de discrepância de 100 pontos na nota final ou de 80 em cada uma das cinco competências avaliadas, um terceiro professor entra no processo e faz nova leitura e avaliação.