Enem: candidato que ferir direitos humanos será penalizado
O exame, com mais de 6 milhões de inscritos, acontece daqui a cinco dias e muitos estudantes não sabem onde farão as provas
atualizado
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O estudante que ferir os direitos humanos na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 será penalizado, mesmo com entendimento contrário da Justiça. O Ministério da Educação informou nesta quarta-feira (1º/11) que, se a decisão judicial for mantida, o candidato fica sujeito à perda de até 200 dos 1.000 pontos possíveis. Caso a liminar seja derrubada, o estudante poderá até zerar a redação.
“Estamos falando de educação, e o respeito aos direitos humanos é básico. O candidato que ferir isso pode ter a sua prova zerada. Aconselhamos que respeitem o edital. Jamais vamos aceitar teses discriminatórias, como defesa do holocausto ou coisas do tipo. São princípios para se viver de forma harmônica”, afirmou o ministro da Educação, José Mendonça Filho, em coletiva realizada nesta quarta em Brasília.
Sobre a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, que veta a proteção aos direitos humanos, Mendonça Filho disse que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), organizador do exame, ainda não foi notificado. “Aguardamos a Justiça. A recomendação aos candidatos é que se respeite o edital. Vamos recorrer assim que a notificação chegar”, disse o ministro.
Na coletiva, o MEC e o Inep divulgaram um balanço com dados consolidados do Enem, que desta vez será realizado em dois domingos: 5 e 12 de novembro. Até agora, 6.731.300 pessoas se inscreveram para o exame. A região Sudeste tem o maior número de candidatos: 2.440.796 participantes.
Dos inscritos, 4.738.011, ou 70%, já consultaram o local de provas. Os outros 30%, que ainda não entraram no site para saber onde farão o exame, receberão e-mails avisando sobre a importância da verificação com antecedência.
A presidente do Inep, Maria Inês Fini, destacou que a mudança na data de realização do Enem — antes, o exame era feito em apenas um fim de semana — visa “dar mais tranquilidade para os estudantes”. “(A alteração) Respeita os jovens que guardam os sábados. Conseguimos resolver a questão com a aplicação em dois domingos”, explicou.
Maria Inês ressaltou o uso de dispositivos para detecção de pontos eletrônicos. Eles serão instalados em pontos estratégicos definidos pela Polícia Federal e vão rastrear equipamentos que emitam ondas eletromagnéticas. “A prova deste ano será mais segura do que a do ano passado”, afirmou Maria Inês.
Também serão disponibilizados 67 mil detectores de metal. Todos os candidatos passarão por vistoria ao entrarem e saírem dos banheiros. Além disso, o transporte das provas e dos cartões-resposta dos candidatos serão escoltados por forças policiais de todo o país.