Em base curricular, MEC insere discussão de gênero no ensino religioso
Nova versão da Base Nacional Comum Curricular gera críticas de educadores e da bancada evangélica
atualizado
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A nova versão da Base Nacional Comum Curricular, encaminhada pelo Ministério da Educação (MEC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE), insere o combate à discriminação de gênero no ensino religioso.
O jornal Folha de São Paulo teve acesso à nova versão da base, enviada ao CNE no dia 29/11, mas o MEC não autorizou a divulgação do documento, que passa agora por análise final do Conselho.
Atualmente, só a base da educação infantil e do ensino fundamental estão em discussão. O documento define aquilo que os alunos devem aprender durante o ano letivo. Com a mudança, as concepções de “gênero e sexualidade” seriam discutidas em sala de aula de acordo com as tradições religiosas.O MEC já havia retirado, sem alarde, três menções sobre identidade de gênero e orientação sexual da terceira versão da base. Mas a Folha identificou ao menos dez trechos excluídos pela equipe do ministro Mendonça Filho (DEM-PE).
Na introdução, um texto que listava as dez competências gerais da base indicava que as escolas deveriam valorizar a diversidade, “sem preconceitos de origem, etnia, gênero, idade, habilidade/necessidade e convicção religiosa”. Na nova versão, só se fala em “preconceitos de qualquer natureza”.
Segundo estudiosos, abordar temas sobre identidade de gênero pode influenciar no debate de problemas sociais como violência contra a mulher, gravidez na adolescência e homofobia.
Já para os parlamentares da bancada evangélica, que integram a base do governo no Congresso, essa discussão pode destruir a identidade dos jovens.