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“Desastre”, diz Weintraub sobre ensino superior em governos anteriores

“A gente aqui no Brasil quis pular etapas e colocou muitos recursos no telhado antes de ter a base da casa”, afirmou o ministro da Educação

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Geraldo Magela/Agência Senado
CE – Comissão de Educação, Cultura e Esporte
1 de 1 CE – Comissão de Educação, Cultura e Esporte - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, classificou como “um desastre” o modelo de investimento em educação dos governos que antecederam o do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em especial as políticas de incentivo ao ensino superior. Weintraub participou, na manhã desta terça-feira (07/05/2019) de uma audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal, onde apresentou as diretrizes e os programas prioritários da pasta.

Na avaliação de Weintraub, os governos passados expandiram o Ensino Superior sem antes priorizar as etapas da educação infantil e básica. “A gente aqui no Brasil quis pular etapas e colocou muitos recursos no telhado antes de ter a base da casa”, ressaltou.

Uma semana depois de anunciar corte de aproximadamente 30% nos recursos de universidades federais, alegando “balbúrdia”, Weintraub negou, na audiência com os senadores, que haverá “cortes” de recursos. A terminologia agora adotada por ele é que há “contingenciamento”.

“Quanto à situação das universidades eu gostaria de reforçar: não houve corte, não há corte. Vou repetir. Não há corte, há um contingenciamento. Há um contingenciamento”, disse o ministro, repetindo duas vezes cada parte da explicação.

O ministro criticou várias vezes o modelo de funcionamento das universidades brasileiras. Disse que defende a autonomia universitária, para em seguida afirmar que autonomia não significa soberania.

“Não podemos permitir que tenha consumo de drogas nos campi. Por que a polícia não pode entrar no campus de uma escola? É um país autônomo? Tem violência acontecendo lá dentro, não pode entrar. Tem que bater palma e ficar olhando?”, questionou.

Weintraub afirmou que os governos passados colocaram dinheiro nas instituições privadas e inflaram os cursos de graduação, mas endividaram os alunos que hoje não conseguem emprego.

“É uma tragédia o financiamento estudantil. São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo”, disse, em referência aos jovens inadimplentes no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O ministro ainda apresentou números para mostrar que a produção científica do país, na avaliação dele, “tem pouca relevância”. Os números do ministro não tratam da produção científica, mas das citações dos estudos brasileiros no exterior. Segundo o ministro, apenas 13% da produção da área de ciências humanas e sociais recebem algum tipo de citação.

Homeschooling
Na audiência, Weintraub, disse que a educação tem de ser prioridade dos pais na formação de seus filhos. Ele defendeu a opção de escolha dos pais em ensinar crianças e adolescentes em casa – o chamado ensino domiciliar ou homeschooling.

“Quem coloca os filhos no mundo tem que ter a primazia na educação. […] Se o pai e a mãe estão educando bem os seus filhos, quem somos nós para interferir? Não é o que eu faria para os meus filhos, não foi o que eu fiz. Acho importante a interação [com outras crianças na escola], mas eu tenho que respeitar o direito do próximo para ter o meu respeitado”, disse.

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