Cresce o interesse de jovens por intercâmbios durante o ensino médio
Experiência de estudar no exterior desperta o desejo em estudantes que procuram fluência em outro idioma e bagagem cultural
atualizado
Compartilhar notícia
Passar um tempo estudando no exterior é uma excelente maneira de turbinar o currículo. Além de aprender outra língua, o estudante garante novas experiências culturais e desenvolve habilidades que só quem mora em outro país é capaz. Dados da World Study, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado de intercâmbio, apontam que os EUA ainda estão no topo da lista dos destinos mais requisitados, acompanhado de Canadá, Austrália e Inglaterra.
Denis Fadul Lacerda de Aguiar, gerente e coordenador regional da World Study em Brasília, afirma que em 2017 a empresa enviou 500 alunos para fazerem intercâmbio de ensino médio em outras nações. Segundo ele, a média de idade dos jovens que participam desse tipo de experiência é de 16 anos. “A busca pelos intercâmbios de ensino médio vem crescendo. Somente em nossa unidade de Brasília registramos um aumento de 20% no último ano”, ressalta.
A estudante brasiliense Roberta Rosso, 17 anos, mora atualmente em Tulsa, em Oklahoma (EUA). Segundo ela, a vontade sempre existiu, pois queria aprender inglês e viver a experiência de estudar em uma escola norte-americana. A jovem conta que, apesar da saudade da família e dos amigos, está adorando o período fora do Brasil. “Me acostumar com uma nova cultura não foi fácil. Tudo muda, os relacionamentos, a comida, o clima, a cultura. Mas você tem que estar apto a viver com as diferenças”, pontua. “O choque cultural é normal nas primeiras semanas, mas passa”, admite.
Existem duas modalidades de intercâmbio de ensino médio nos EUA: público e privado. No público, o destino é definido por meio da escolha da família que irá acolher o estudante. O aluno pode até elencar os estados de preferência, mas não há garantias. Regiões como Califórnia, Flórida e Nova York são as que mais recebem solicitações.
O preço total varia, dependendo da localização. O programa de ensino médio público nos EUA não passa de R$ 32 mil, o ano. Esse valor inclui acomodação, todas as refeições na casa da família que irá receber o estudante e seguro. O pacote não contempla, porém, as passagens de ida e volta, taxas consulares para emissão do visto e despesa pessoal. Quanto maior o nível de qualidade acadêmica das escolas, maior o valor. Há programas privados na Suíça, por exemplo, que chegam a custar meio milhão de reais.
Apoio familiar
Apesar dos custos, Roberta conta que seus pais sempre a apoiaram porque acreditavam na importância de conhecer outras culturas. “Claro que eles sentem saudades, mas sabem que o intercâmbio é importante para o meu crescimento”, explica a jovem. Confiante, ela dá uma dica.
Para quem sonha em fazer intercâmbio, não tenha medo de conhecer uma cultura nova. O medo não pode te impedir de ir.
Roberta Rosso, estudante
Para o gerente da World Study em Brasília, a principal motivação dos jovens quando buscam o intercâmbio é o ganho internacional com a fluência da língua, além da curiosidade de aprender e viver uma cultura totalmente diferente.
Além desses benefícios, Roberta acredita que a experiência terá impacto também na sua futura carreira. “O intercâmbio no currículo diferencia um candidato do outro pelo fato de ele ter bagagem de vida, maturidade para tomar decisões importantes sozinho. Acredito que tudo que aprendi durante meu ano fora vou usar em diversas áreas da minha vida profissional e pessoal”, destaca.