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Bolsonaro quer reabrir escolas, mas MEC não tem previsão

Institutos, escolas e universidades federais ainda não têm data para retorno das aulas presenciais para 4 milhões de estudantes

atualizado

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Unifal/Divulgação
Universidade Federal de Alfenas
1 de 1 Universidade Federal de Alfenas - Foto: Unifal/Divulgação

Diferentemente do que sugeriu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), o governo federal ainda não tem planos para reabertura das instituições de ensino sob sua gestão — sistema que abrange 4 milhões de estudantes.

O Ministério da Educação (MEC) é responsável por 220 estabelecimentos educacionais, entre escolas, institutos e universidades. Mas, apesar do desejo de Bolsonaro, esses locais continuam sem data para volta ao funcionamento.

Desde que Bolsonaro sugeriu a reabertura de escolas militarizadas no DF, a medida gerou uma série de reações contrárias ao retorno devido à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, que ainda não arrefeceu no país.

Técnicos do MEC explicam que a pasta tem monitorado as condições de retomada do ano letivo com aulas presenciais, mas que neste momento não há definição para o regresso.

Além das variantes de saúde pública, a pasta observa também as regras estaduais — como decretos e regras de distanciamento social.

É que para definir a abertura dos institutos, escolas e universidades federais, a União precisa de segurança jurídica, ou seja, obedecer as determinações de quarentena dos governadores que podem ser ampliadas ou revogadas.

Atualmente, as atividades das instituições de ensino federais estão suspensas. Em universidades federais, por exemplo, a paralização chega a 88% em todo o país, segundo informa o MEC.

Funcionam serviços como laboratórios de pesquisa, hospitais universitários e áreas ligadas à saúde, como produção de álcool em gel.

Dados do Painel Geral de Monitoramento das Instituições de Ensino mostram quase 5 milhões de pessoas, entre servidores, alunos, professores e técnicos, estão com atividades suspensas.

Veja índice de atividades suspensas em instituições do MEC: 

  • Rede federal de ensino

Unidades: 110

Total de pessoas: 2,36 milhões de pessoas

Estudantes: 2,07 milhões

Total com atividade suspensa: 2,02 milhões (85,7%)

  • Universidades federais

Unidades: 69

Total de pessoas: 1,34 milhão de pessoas

Estudantes: 1,12 milhão

Total com atividade suspensa: 1,19 milhão (88,8%)

  • Institutos federais

Unidades: 41

Total de pessoas: 1,02 milhão de pessoas

Estudantes: 941 mil

Total com atividade suspensa: 832 mil (81,5%)

Versão oficial 

O Metrópoles questionou o Ministério da Educação sobre os detalhes dos estudos técnicos para reabertura de instituições de ensino federais e de como isso tem sido negociado com governos estaduais.

A pasta, contudo, não se manifestou até a última atualização desta reportagem. O espaço continua aberto a esclarecimentos.

Críticas

O governador Ibaneis deu 10 dias para o secretário de Educação do DF, João Pedro Ferraz dos Passos, elaborar e apresentar plano para efetivar a reabertura das escolas do Distrito Federal.

Pais estão insatisfeitos com a mudança de rumo e organizaram uma carreata para esta quinta-feira (23/04) contra o retorno de aulas em colégios militares e escolas cívico-militares. O ato começa 9h, no Colégio Militar Dom Pedro II.

O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) rejeitou com veemência a pretensão de reabertura. “Reativar as escolas da rede pública neste momento é uma covardia e uma perversidade inominável com estudantes, professores e suas famílias”, destaca em carta pública.

A reabertura de atividades é vista com cautela por autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). O entendimento é que a retomada de serviços que gerem aglomeração deve ocorrer quando o número de casos estiverem controlados e a rede de saúde preparada para atendimentos.

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