metropoles.com

Bolsonaro promete decidir se dia de Vélez é do “fica” ou do “não fica”

Desgastado por confusões, exonerações e declarações polêmicas, o ministro da Educação balança no cargo e pode ser demitido

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez
1 de 1 O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O futuro da educação no Brasil e a composição do Poder Executivo brasileiro podem mudar nesta segunda-feira (8/4), com o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a permanência de Ricardo Vélez Rodríguez como ministro da Educação. Em meio a crises que envolvem o Ministério da Educação (MEC) e o chefe da pasta, o presidente afirmou que vai bater o martelo sobre se Vélez fica ou sai.

Ao deixar um almoço com colegas da turma de 1977 do Exército, neste domingo (7), Bolsonaro comentou “amanhã a gente resolve”, quando questionado sobre o futuro da pasta. Na última sexta (5), o presidente soltou que “não está dando certo” com o ministro e que, nesta segunda, iria “decidir se vamos tirar a aliança da mão direita – ou vai para a esquerda ou vai para a gaveta”.

Em outra oportunidade, Bolsonaro confessou que Vélez “não tem tato político” e que “tem problemas” com o assunto. O chefe do Executivo se diz preocupado com o futuro do MEC, por considerar uma das pastas mais importantes ao país. “É educação, né? Tem que dar certo no Brasil, é um dos ministérios mais importantes”, completou.

Na última semana, cresceu a especulação de que o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) poderia ocupar o cargo de ministro. Questionado, Bolsonaro disse que ainda não pensou em um nome para ocupar a posição e brincou que ainda não ficou “viúvo” para pensar no nome da “próxima noiva”.

O último encontro entre Vélez Rodríguez e Bolsonaro ocorreu no dia 29 de março, antes da viagem do presidente a Israel. Apesar de Bolsonaro ter afirmado que só conversaria com o ministro ao retornar da viagem, essa reunião foi marcada às pressas, em meio à crise que se instalou na pasta.

Em sua defesa, Ricardo Vélez negou que vá entregar o cargo e disse que a única coisa “insustentável” é a morte. “Insustentável por quê? A única coisa insustentável é a morte”, declarou.

Entenda a crise
Em 97 dias como ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez tem se envolvido em uma série de polêmicas que têm prejudicado a imagem do governo de Bolsonaro. Com menos de 100 dias no cargo, o chefe da pasta demitiu 92 pessoas do alto escalão do MEC. A última exoneração ocorreu na quinta (4), com o afastamento de Bruno Garschagen, um dos principais assessores do ministro.

Garschagen era responsável pela comunicação e pelo contato com a imprensa e é muito ligado ao escritor Olavo de Carvalho, padrinho da indicação de Vélez para o cargo e com quem o ministro rompeu. Garschagen escreveu o livro Pare de Acreditar no Governo, em que agradece ao guru dos bolsonaristas “pela amizade” e ao atual ministro “pelas preciosas observações e sugestões”.

Com os descompassos na pasta, cargos importantes, como o comando do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estão vagos. Os recuos, como a revogação da portaria que decidia não avaliar a alfabetização, acentuaram a crise.

Além disso, nesse período, 20,8% dos servidores pediram demissão, como a ex-secretária de Educação Básica Tânia Leme de Almeida, que deixou a pasta por não ter sido consultada sobre a decisão do ministro de suspender a avaliação de alfabetização.

As instabilidades no MEC têm gerado problemas diretos à educação no Brasil, como o atraso das concessão e a renovação de cerca de 1 milhão de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O levantamento foi feito pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), que estima, também, um atraso de R$ 2 bilhões em repasses para faculdades, referentes aos meses de janeiro e fevereiro.

Declarações polêmicas
Além da série de demissões do alto escalão do MEC, Vélez também tem gerado problemas ao governo devido a declarações polêmicas que deu enquanto está à frente do Ministério da Educação. Entre elas, a mais recente foi decisão de alterar a maneira como são retratados nas escolas o golpe de Estado que retirou o presidente João Goulart do poder, em 1964, e o regime militar que o seguiu. Para Vélez, a mudança de regime há 55 anos não foi um golpe, e sim uma “mudança de tipo institucional”.

No início do ano, o ministro enviou uma carta às escolas em que pedia para que os professores filmassem os alunos perante a bandeira durante a execução do Hino Nacional e, após esse momento, lessem uma mensagem com o slogan da campanha eleitoral de Bolsonaro.

O Ministério Público Federal recomendou, na sexta (5), ao ministro da Educação que se abstenha de praticar atos que violem a laicidade do Estado e a liberdade religiosa dos estudantes. Nesse aspecto, o MPF orientou, também, que não sejam utilizadas gravações e imagens dos alunos para qualquer fim.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?