metropoles.com

Bloqueio de verbas: caberá à Justiça decidir futuro das universidades

TRF-1 poderá analisar o caso já nesta quinta-feira (02/05/2019): Universidade de Brasília está entre prejudicadas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
UnB corredor
1 de 1 UnB corredor - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciar bloqueio de 30% nas verbas às universidades brasileiras, entre elas, a UnB, entidades, parlamentares e ex-alunos resolveram levar o caso à Justiça. Ainda nessa terça-feira (30/04/2019), ao menos duas ações foram protocoladas no Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-1), na capital do país, pedindo o desbloqueio do montante. Nesta quinta (02/05/2019), outras duas também devem chegar à Corte.

A ação popular protocolada por Jean Raphael Gomes Silva será possivelmente a primeira a ser analisada pelos desembargadores do TRF-1. Ex-estudante da UnB, o advogado entrou com uma liminar ainda na terça e aguarda uma decisão já para a manhã desta quinta-feira. Silva explica que o trâmite será rápido, já que a ação é com tutela de urgência para a liberação das verbas.

Além da UnB, o advogado pede a liberação das verbas de outras duas instituições que foram citadas nominalmente pelo ministro: Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal da Bahia (UFB). Inicialmente, as três teriam os recursos contingenciados, contudo, o MEC decidiu estender a glosa de verba para todas as instituições de ensino superior federal.

Silva argumenta na ação que o bloqueio tem como intenção “tão somente, punir universidades federais que, historicamente, desenvolvem grande protagonismo político”.

Também nessa terça, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) deu entrada em uma outra ação popular na Justiça federal solicitando “a imediata anulação do ato do ministro da Educação”. Para esta quinta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) promete judicializar a decisão do governo de Jair Bolsonaro (PSL) de diminuir os recursos das universidades, recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Outros políticos da oposição também pretendem ir à Justiça contra a decisão do Executivo.

DCE tenta reverter prejuízo à UnB
O atual Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB contratou um escritório de advocacia para, também na Justiça, reverter o bloqueio. Os advogados protocolaram uma ação civil pública, no fim desta quarta, no TRF-1.

Eles alegam que o ministro da Educação deve seguir a lei orçamentária anual aprovada no ano passado, e não tomar decisões precipitadas. “O único critério para corte de recursos é se não houver receita. O ato de bloquear recursos, sem motivar o ato ou com finalidade diversa do interesse público (visão moral do ministro) é invalida juridicamente”, afirma a ação do DCE.

Nessa terça, estudantes, professores e outros servidores fizeram uma manifestação (veja galeria de fotos abaixo). Há uma outra marcada para as 12h de quinta-feira (02/05/2019).

6 imagens
1 de 6

Estudantes fazem manifestação na UnB contra cortes de recursos

Luísa Guimarães/Metrópoles
2 de 6

Luísa Guimarães/Metrópoles
3 de 6

Luísa Guimarães/Metrópoles
4 de 6

Luísa Guimarães/Metrópoles
5 de 6

Luísa Guimarães/Metrópoles
6 de 6

Luísa Guimarães/Metrópoles

 

O orçamento discricionário da UnB é de R$ 258,1 milhões na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019. Desses, são destinados R$ 146,4 milhões ao pagamento de despesas de custeio e R$ 8,2 milhões de investimento. A instituição identificou bloqueio de R$ 38,2 milhões: R$ 4,5 milhões de investimento e R$ 33,6 milhões para custeio.

“O percentual de bloqueio para despesas de custeio na fonte de Tesouro alcançou 30%, quando se considera que os recursos da assistência estudantil não foram bloqueados”, destacou a universidade.

Os cortes no orçamento da UnB não são de hoje, lembra o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Técnico Administrativo da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Lima. “Tivemos demissões em 2017 e 2018 na limpeza, jardim, manutenção e segurança”, frisou. “Estamos abaixo do limite. Esses outros cortes vão causar um caos total.”

Balbúrdia 
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o ministro da Educação anunciou, primeiramente, que só as instituições que estavam promovendo “balbúrdia”, eventos políticos, manifestações partidárias e com desempenho abaixo do esperado teriam a verba cortada. Três universidades foram enquadradas nos novos critérios e tiveram repasses reduzidos de imediato: a UnB, a UFF e a UFBA. Por isso, a primeira ação protocolada no TRF-1 pede a liberação do orçamento de apenas essas instituições.

No entanto, após uma onda de críticas ao anúncio de corte de verbas com base em princípios ideológicos, o governo Bolsonaro resolveu estender o bloqueio de 30% dos recursos a todas as universidades federais. A grande maioria já enfrenta contingenciamento de 20% dos recursos previstos para este primeiro semestre.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?