Atividades extracurriculares auxiliam alunos a identificar vocações
Escolas buscam incentivar o ensino de novas habilidades no contraturno de aulas e preparar estudantes para a vida pós-ensino médio
atualizado
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Trabalhar currículo integral com os alunos da educação básica é uma necessidade para garantir que eles estejam aptos a enfrentar os desafios da vida. Mais do que prepará-los apenas para a aprovação em vestibulares, as escolas têm buscado inovar por meio do ensino de novas habilidades, como cidadania, argumentação, responsabilidade social, além de atividades extracurriculares que ajudam a compor a grade do estudante.
Especialistas acreditam que essas disciplinas são muito eficientes para complementar o ensino, aperfeiçoar habilidades e contribuir para que professores e pais conheçam melhor os alunos, uma vez que podem ajudar na identificação de vocações e características que influenciarão até a definição profissional dos jovens.
Muitas escolas oferecem aulas que fogem do currículo tradicional, como teatro, jornalismo, edição de vídeo, robótica, entre outras, para ajudar o aluno a entender melhor outras áreas. Giovana Figueiredo, 15 anos, estuda na Escola Francesa de Brasília e faz aulas extracurriculares de artes.
Acho muito importante fazer essas atividades porque posso me conhecer melhor, buscar desenvolver minha criatividade e ainda me expressar sem medo do que os outros vão pensar.
Giovana Figueiredo, estudante
Colégios de Brasília têm ampliado a grade curricular para oferecer múltiplas atividades no contraturno com o objetivo de ajudar os alunos a se prepararem melhor para a vida pós-ensino médio. Escolas oferecem desde projetos de iniciação científica, debates, agência de comunicação e empreendedorismo até simulações internacionais de reuniões da Organização das Nações Unidas (ONU).
Além das dinâmicas mais conhecidas, a exemplo de artes e música, há ainda instituições que organizam, como parte das atividades extracurriculares, palestras com psicólogos e educadores que se especializaram em coaching para ajudarem os estudantes a refletirem melhor sobre suas escolhas.
Escolhas para o futuro
Fernanda da Silva Vieira, master coach da Brasília Coaching, trabalha com alguns estudantes do ensino médio com idade a partir de 15 anos. Ela recebe, em média, cinco novos clientes dessa faixa etária por semana. A profissional atua em duas frentes: com jovens que ainda não sabem o que desejam seguir no ensino superior e com estudantes que já escolheram o curso, mas que precisam se organizarem melhor quanto aos estudos.
“Tenho clientes que chegam um ano antes do vestibular com uma meta a longo prazo. Outros que vêm porque estão perdidos quanto ao curso que vão escolher. Fazemos sessões de uma hora, uma vez por semana”, explica. Ela afirma que muitas vezes os pais preferem contratar uma empresa de coaching porque com ajuda profissional os alunos se empenham mais.
Um processo individualizado permite entender melhor as dificuldades de cada aluno – em qual matéria, por exemplo, ele tem maior dificuldade – e assim otimizar os estudos.
Fernanda Vieira, master coach
Com 15 anos, Giovana admite ainda não saber o que quer cursar na universidade, mas, segundo ela, um processo de coaching poderia sim ajudá-la. “Acredito que poderia me auxiliar sobre minha escolha profissional”, finaliza.