Após crise interna, MEC fala em endurecer combate à corrupção
O Ministério da Educação minimizou as demissões recentes dizendo que, por se tratar de cargos de confiança, são passíveis de exoneração
atualizado
Compartilhar notícia
Depois de dias agitados que culminaram com exoneração do coronel-aviador da reserva Ricardo Wagner Roquetti e com o início de um motim para que o atual ministro deixe o cargo, o Ministério da Educação (MEC) divulgou uma nota, no fim da tarde desta segunda-feira (11/3). No comunicado, a pasta diz que nada irá atrapalhar o combate à corrupção, “conduzido por equipes cujo compromisso não será outro senão realizar o ordenamento jurídico, suas regras, princípios e valores”.
No texto, o MEC minimizou as demissões dizendo que, por se tratar de cargos de confiança, são passíveis de exoneração. “As movimentações de pessoal e de reorganização administrativa, levadas a efeito nos últimos dias, em nada representam arrefecimento no propósito de combater toda e qualquer forma de corrupção. Ademais, envolveram cargos e funções de confiança, de livre provimento e exoneração”, completa.
O ministério garantiu ainda que a chamada “Lava Jato da Educação” está sendo gerida não só pelo MEC, mas também, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, Advocacia-Geral da União e Controladoria-Geral da União. “E, portanto, deve ser tratado com a isenção e impessoalidade que se exigem das atuações estatais”, conclui.
Entenda
No domingo (10), após reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez decidiu exonerar o coronel-aviador da reserva Ricardo Wagner Roquetti do cargo de diretor de programa da Secretaria Executiva da pasta.
O militar da Aeronáutica estava no centro de uma disputa envolvendo os “olavistas”, que são os seguidores do escritor Olavo de Carvalho, militares e técnicos em cargos comissionados no ministério. No fim de semana, componentes do grupo de Olavo de Carvalho, o guro da Educação do presidente, acusaram Roquetti de “isolar” o ministro Vélez e de ser responsável pelo afastamento deles.
Na tarde desta segunda, um motim dentro do MEC teria começado para enfraquecer e derrubar Vélez Rodríguez. Funcionários ligados ao filósofo Olavo do Carvalho passaram a levantar nomes de possíveis substitutos alinhados ideologicamente a eles. O movimento mostra que há três linhas diferentes dentro da Pasta: ideólogos, militares e técnicos.