Ao menos 21 estados e o DF registram atos contra contingenciamento
Defensores e movimentos contrários disputam tags no Twitter. Maior parte dos protestos envolveu alunos e professores universitários
atualizado
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Estudantes de várias cidades do país protestam mais uma vez contra o contingenciamento de verbas das universidades federais anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). A ação ocorre nesta quinta-feira (30/05/2019), 15 dias após a primeira onda de manifestações que tomou conta do país e na semana seguinte às manifestações em defesa das pautas do governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Até o meio-dia, 21 estados e o Distrito Federal registraram movimentações. Segundo a organização do evento, porém, os atos serão realizados em pelo menos 24 capitais do Brasil. Protestos como o que será realizado na capital paulista, por exemplo, terão início apenas no fim da tarde. Os organizadores esperam reunir um número maior de pessoas desta vez. No entanto, alguns líderes partidários da oposição acreditam em um movimento menor que o do dia 15.
“É difícil que as manifestações sejam maiores do que as do dia 15, que foram muito grandes e superaram as expectativas. Mas não serão menores nem mais frágeis do que as de domingo [dia 26, que tinham como mote o apoio ao governo de Jair Bolsonaro]”, disse o presidente do PSol, Juliano Medeiros.
No Twitter, há disputa entre as tags #30MpelaEducação e #Dia30EuVouTrabalhar. Enquanto uma é a favor das manifestações desta quinta, a outra se posiciona em defesa da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Acompanhe:
Distrito Federal
Em Brasília, os atos começaram às 10h, em frente ao Museu Nacional da República. Houve confusão. Sindicatos de professores e a União Nacional dos Estudantes (UNE) participam do movimento. No carro de som, líderes falam em greve geral marcada para 14 de junho. Durante um princípio de tumulto entre policiais militares e manifestantes, a polícia usou spray de pimenta contra um grupo e um homem foi detido.
São Paulo
Em Ribeirão Preto, o protesto ocorreu em frente ao campus da Universidade de São Paulo (USP). O grupo distribuiu panfletos e exibiu cartazes e faixas. Em Santos, os estudantes contaram com apoio de petroleiros, que protestam em defesa das refinarias e contra a reforma da Previdência.
Em Araraquara, um grupo de estudantes protestou em frente à Universidade Estadual Paulista (Unesp). A entrada de alunos e professores, porém, não foi barrada. Na mesma região, em São Carlos, estudantes, professores e servidores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) saíram em passeata em direção ao centro da cidade. O principal ato, na capital do estado, está marcado para o fim da tarde.
Diversas cidades de São Paulo registraram atos a favor do contingenciamento.
Maranhão
Em São Luís, um pequeno grupo de manifestantes bloqueou acessos na entrada e na saída da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os atos estavam marcados para as 15h, na Praça Deodoro.
Ceará
Em Limoeiro do Norte, manifestantes fizeram a Câmara Municipal parar a reunião legislativa realizada toda quinta-feira, segundo informações da UNE. Já em Quixadá, no interior do Ceará, a cerca de 170 km de Fortaleza, estudantes e professores estão nas ruas para protestar contra as recentes ações da gestão de Weintraub no MEC. “Sem educação, basta o presidente”, diz um dos cartazes levantados pelos manifestantes. Na capital cearense, os atos estão marcados para as 14h, na Praça da Gentilândia.
Rio Grande do Norte
Pau dos Ferros amanheceu com estudantes nas ruas. Eles acreditam que a educação não é gasto, mas investimento. A cidade fica no interior do estado, a 404 km de Natal, onde os atos estão marcados para as 15h, em frente ao Shopping Midway.
Pernambuco
As ruas de Caruaru amanheceram povoadas. Os estudantes se concentraram em frente ao Grande Hotel e levantam vários cartazes: “Eu me armo de livros e me livro de armas”. Do outro lado de Pernambuco, cerca de 200 estudantes, segundo organizadores, protestam em Araripina.
Rio de Janeiro
Em frente à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, na cidade de Campos dos Goytacazes, pneus foram queimados por um grupo de estudantes. As chamas renderam grande quantidade de fumaça.
Goiás
A concentração acontece em frente a Universidade Federal de Catalão (UFCAT).
Bahia
Na Bahia, os atos de estudantes e professores tiveram início de manhã no Centro de Salvador. A concentração começou por volta das 9h, no Largo do Campo Grande. Também foram registrados protestos em Feira de Santana, 100 km distante da capital baiana.
Piauí
Em Teresina, capital do estado, manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, de onde a passeata partiu. Professores e alunos da Universidade Federal do Piauí participaram do ato.
Sergipe
O protesto em Sergipe começou com o fechamento do principal acesso à Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão (SE). Como o fórum local funciona dentro da Federal, magistrados, servidores, advogados e os jurisdicionados foram impedidos de entrar na unidade.
Paraná
No Paraná, foram registrados atos na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em Cascavel.
Mato Grosso
Em Mato Grosso, foram registrados atos nas cidades de Rondonópolis e Tangará da Serra.
Pará
No estado do Pará, ao menos quatro paralisações ocorreram simultaneamente. Na capital, aulas foram suspensas em três universidades: UFPA, UFRA e IFPA. Em Altamira e Tucuruí, as Universidades Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) também fecharam.
Santa Catarina
Em Camboriú e Florianópolis, grupos fizeram cartazes e mobilizações nas instituições de ensino superior federais: Instituto Federal Catarinense (IFC), em Camboriú, e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Amapá
Um grupo formado por professores e estudantes fez ato na portaria do campus da Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Paraíba
Na Paraíba, grupos de estudantes e professores de universidades e institutos federais fizeram atos em Sousa e João Pessoa. Eles protestaram contra o contingenciamento na Educação e contra a reforma da Previdência.
Acre
No Acre, o protesto envolveu mais sindicalistas que estudantes. No centro de Rio Branco, os manifestantes criticaram o contingenciamento na Educação e a reforma da Previdência.
Rio Grande do Sul
Diversas cidades do estado registraram atos: Venâncio Aires, Santa Rosa, Santa Maria, Rio Grande Lajeado e Pelotas.
Mato Grosso do Sul
Estudantes, professores e indígenas protestaram em Campo Grande, Amambaí, Anastácio e Dourados.
Alagoas
No estado, professores, estudantes e sindicalistas protestaram na cidade de Arapiraca.
Minas Gerais
Em Minas, houve protesto na capital, Belo Horizonte, onde estudantes, sindicalistas e professores foram às ruas. A Universidade Federal de Minas (UFMG) também registrou movimentos. Houve paralisação no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet).