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“Anos se preparando para ocorrer isso”, diz aluna prejudicada no Enem

Candidatos de uma sala do IFB foram liberados com prova antes da hora e voltaram à sala após coordenadora perceber erro

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Foto: Tácio Lorran/ Metrópoles
Enem: candidatos são liberados com prova antes da hora e voltam à sala
1 de 1 Enem: candidatos são liberados com prova antes da hora e voltam à sala - Foto: Foto: Tácio Lorran/ Metrópoles

Estudantes que fizeram, neste domingo (28/11), a segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Instituto Federal de Brasília (IFB), na Asa Norte, relatam que foram prejudicados devido ao impasse que ocorreu em uma das salas onde a prova foi aplicada.

Como registrou o Metrópoles, 11 alunos dessa sala foram obrigados a deixar o local sem concluir o gabarito uma hora antes do término previsto em edital. Os estudantes foram retirados, com o caderno, às 17h30 – sendo que o horário correto seria de 18h30.

Os estudantes ficaram cerca de 15 minutos do lado de fora e tiveram acesso ao celular. Ao perceber o erro no horário, a coordenadora da sala saiu pelos corredores chamando os estudantes para a sala novamente a fim de terminarem o teste. Eles tiveram mais uma hora e meia para finalizar as questões. Os alunos receberam um novo gabarito.

“Quando a gente estava lá e disseram que o tempo havia terminado, achei esquisito pois estava muito claro, mas mesmo assim fui chutando um monte de questões. Quando saí, vi o horário e me perguntei: ‘Meu Deus, o que eu faço?’. Aí eu liguei para a minha mãe”, relata a estudante Karin Cavalcanti, de 20 anos.

“Eu fiquei mais nervosa na parte que interrompeu a prova. Depois, quando a gente voltou, fiquei p da vida mesmo. A gente ficou um ano se preparando para a pessoa fazer isso. Interrompeu a linha de raciocínio, até a gente ver as questões que não conseguiu fazer”, prossegue ela, em conversa com o Metrópoles.

O estudante Rafael Cotrim de Almeida, de 17 anos, também diz ter se sentido prejudicado.

“Quando deu 17h30, a fiscal recolheu as provas, mas não estava com cara de 18h30. E, quando eu fui para fora, vi que o horário era 17h30. Depois disso, deram mais uma hora e meia para a gente terminar a prova”, relata o estudante, que pretende se formar em ciência da computação.

“Para ser bem honesto, logo de início pensei que ia sair prejudicado, pois ela anunciou que faltavam 15 minutos e eu tive que chutar um monte de questões. Pensei: ‘Nossa, perdi tanto tempo assim na prova?’. Mas, como eles deram um tempo extra, acabou que não me senti tão prejudicado”, prossegue Rafael.

Preocupação

Os pais que receberam ligações dos filhos uma hora antes do previsto ficaram assustados com a maneira como os adolescentes foram retirados das salas. Porém, em seguida, receberam ligações ou mensagens por WhatsApp dizendo que eles retornariam a fim de concluir o teste.

“Eu queria entender o que aconteceu. Meu filho saiu da prova sem terminá-la, o retiraram de sala uma hora antes. Ele me ligou, teve acesso a celular, marcou as questões correndo e depois foi chamado para voltar. Como assim, retomar o exame? Ele vai ganhar outro gabarito?”, relatou Cristina Torres, 47 anos, fisioterapeuta. O filho dela tem 18 anos, já concluiu o ensino médio e concorre para engenharia de produção.

Isonomia

Os pais se aglomeraram em frente ao IFB para ter respostas e tentar encontrar os filhos que tinham voltado para a sala. Para eles, as situações tiram a isonomia do certame e ainda colocam em risco o Enem, pois estudantes saíram e voltaram podendo ter acesso ao cartão de respostas.

“Eles liberaram mais cedo. Meus enteados ligaram para buscá-los. Sim, eles usaram o telefone. Depois, ligaram de novo para dizer que tinham mais uma hora de prova, que a coordenação havia se enganado. Agora, eles vão ficar fazendo o Enem até as 19h30. É um absurdo essa situação”, reclamou Rodrigo Marar, 48 anos, arquiteto, padrasto de estudantes de 17 e 15 anos.

À reportagem do Metrópoles foi relatado pelos pais que a coordenadora da aplicação das provas disse ter percebido o erro e dado novo cartão de respostas para os alunos. Segundo os pais, a coordenadora relatou que houve um equívoco da chefe de sala.

Depois de descobrir o problema, ela chamou os alunos e deu uma hora a mais para eles refazerem o gabarito.

O Metrópoles entrou em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

De acordo com informações do Inep, a chefe de sala e a equipe “fizeram confusão”, pois não ficam com relógio. “Eram 11 participantes na sala que ocorreu o problema. Todos foram localizados, mas três disseram que não queriam fazer a prova naquela condição. Eles poderão solicitar reaplicação do Enem”, informou o instituto, por meio de nota.

A reaplicação do teste ocorrerá nos dias 9 de janeiro (para a primeira etapa) e 16 de janeiro (para a segunda etapa).

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