Alunos denunciam pichações racistas em banheiro da Unesp
Os alvos foram alunas que integram o coletivo feminino da faculdade, criado para discutir machismo, racismo, ‘gordofobia’ e relacionamento abusivo
atualizado
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Estudantes encontraram pichações com teor racista e homofóbico, nesta segunda-feira (30/11), no banheiro masculino do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Bauru, interior de São Paulo. Os alvos foram alunas que integram o coletivo feminino da faculdade, criado para discutir machismo, racismo, ‘gordofobia’ e relacionamento abusivo na universidade.
Três alunas tiveram os nomes grafados nas paredes do banheiro, ao lado de ofensas e termos chulos. Junto ao nome de uma delas foi escrito “preta fedida”. Há uma semana, a Unesp apresentou relatório final de um processo interno que investigou outra ocorrência de pichações racistas, em julho deste ano, que tiveram como alvo principal o professor Juarez Xavier, coordenador do curso de Jornalismo e do Núcleo Negro de Pesquisa e Extensão (Nupe). O relatório foi concluído com um pedido de desculpas da Unesp ao professor e aos alunos negros.O novo episódio levou o professor a se posicionar em seu perfil no Facebook, afirmando que “o fascismo volta a mostrar a cara na Unesp/Bauru” e que as ações “ofendem nossa consciência política e social”.
A aluna Nathalia Rocha, uma das ofendidas, lamentou a atitude “machista, racista e covarde” dos autores das pichações. “Desta vez a covardia foi direcionada a três grupos e às minorias. O coletivo se reúne contra várias fobias e isso incomoda”, disse.
De acordo com Xavier, as pichações foram registradas e o caso deve ser levado à administração do câmpus. “Vamos decidir o que fazer e também encaminhar essa questão para o debate.” A chefe do Departamento de Comunicação Social, Maria Eugenia Porem, vai convocar os docentes e representantes dos alunos para uma ação conjunta contra esse tipo de crime.