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Eduardo Bolsonaro visitou Bahrein fora da prestação de contas da Câmara

Deputado filho do ex-presidente Bolsonaro fez uma viagem “urgentíssima” ao Bahrein em março de 2022. A agenda não foi detalhada

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Janones Eduardo Bolsonaro
1 de 1 Janones Eduardo Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma visita oficial de “poucas horas” ao Bahrein, país do Oriente Médio próximo à Arábia Saudita e ao Catar, em março de 2022, que nunca foi incluída na prestação de contas da página dele na Câmara dos Deputados.

A visita foi classificada como “urgentíssima” pelo diplomata Alberto Luiz Pinto Coelho Fonseca, então encarregado de negócios na recém-aberta embaixada brasileira em Manama, capital do país.

As informações constam em telegramas enviados pelo Itamaraty à Fiquem Sabendo, agência especializada em Lei de Acesso à Informação. Em manifestação enviada após questionamento sobre a ausência de prestação de contas, a Câmara dos Deputados informou que a Casa não arcou com os gastos da viagem.

A troca de mensagens não detalha a agenda do deputado, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no país do Golfo Pérsico. No entanto, a visita foi realizada em caráter oficial, classificada como “urgentíssima” e autorizada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira.

Em 18 de março de 2022, a Secretaria de Relações Internacionais da Câmara dos Deputados enviou um telegrama informando que “o deputado Eduardo Bolsonaro foi autorizado pelo presidente Arthur Lira a realizar missão oficial ao país, entre 29 e 31 de março de 2022”.

Nos dias seguintes, o próprio deputado entrou em contato “por meio informal” com a Embaixada do Bahrein para informar que chegaria ao país na manhã do dia 29.

“Na mensagem (de WhatsApp), o parlamentar informou ainda que ficará na capital do Bahrein ‘apenas por algumas horas’, partindo na madrugada da quarta-feira, dia 30. Em resposta, informei ao parlamentar que como é de praxe a Embaixada está pronta a prestar-lhe o apoio necessário ao sucesso de sua missão oficial neste país”, diz um dos textos, assinado pelo representante brasileiro no Bahrein.

Sem interação com a embaixada

Em outra mensagem, o diplomata relata que Eduardo Bolsonaro agradeceu pelos “préstimos da Embaixada, aos quais disse não necessitar, e lamentou que sua agenda no Bahrein (a qual, segundo havia indicado, seria de apenas algumas horas) não lhe permitiria interagir com o Posto”.

O deputado federal viajou de volta ao Brasil na madrugada do dia 30, em razão de “compromissos agendados logo ao chegar em território brasileiro”. “De minha parte, desejei à autoridade, pelo mesmo meio, sucesso em sua missão oficial neste país e informei continuar a Embaixada pronta a prestar-lhe apoio, caso ainda viesse a necessitar”, acrescentou Coelho Fonseca.

Coincidentemente, o parlamentar paulista aprovou apenas um projeto ao longo dos últimos quatro anos, período em que seu pai comandou o Palácio do Planalto. O texto propôs a criação do grupo parlamentar Brasil-Bahrein. A matéria foi aprovada no plenário da Câmara em 29 de agosto deste ano.

A reportagem entrou em contato com o deputado para saber sobre a visita e a prestação de contas da viagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Embaixada no Bahrein

A Embaixada do Brasil no Bahrein foi aberta em novembro de 2021, e permaneceu sem embaixador até o fim do governo Bolsonaro. A abertura da representação diplomática foi confirmada com uma visita oficial do ex-presidente, primeiro chefe de Estado brasileiro a desembarcar no país do Golfo Pérsico.

Na ocasião, a comitiva presidencial fez uma visita a Dubai, nos Emirados Árabes, onde Bolsonaro ficou por três dias. Em seguida, ele partiu para o Bahrein, onde foi recebido pelo rei Hamad Bin Isa Al Khalifa, e seguiu para Doha, no Catar, último destino da viagem ao Oriente Médio.

Dentro do Itamaraty e no Palácio do Planalto, fontes confirmaram ao colunista Jamil Chade, do Uol, que a abertura da embaixada ocorreu por pressão da família Bolsonaro. Um especial interesse pelo país vinha do deputado Eduardo Bolsonaro, que teria realizado visitas frequentes aos países do Golfo Pérsico.

Para atuar na embaixada, o diplomata brasileiro Alberto Luiz Pinto Coelho Fonseca foi designado, como encarregado de negócios. O cargo não tem poder político e representa um dos níveis mais modestos dentro da hierarquia do Itamaraty.

Neste ano, o governo Lula entendeu que fechar a representação enviaria um sinal negativo e optou por manter a embaixada. O diplomata Adriano Pucci foi designado para liderar o posto.

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