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Eduardo Bolsonaro quer punir Kim Kataguiri, mas defende Adrilles

Filho do presidente da República repercutiu postagem do secretário especial da Cultura, Mario Frias, em apoio a Adrilles Jorge após demissão

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Brasília (DF), 29/08/2019  Solenidade de Lançamento do Projeto em Frente Brasil Local: Palácio do Planalto Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 29/08/2019 Solenidade de Lançamento do Projeto em Frente Brasil Local: Palácio do Planalto Foto: Hugo Barreto/Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A demissão do comentarista Adrilles Jorge da Jovem Pan gerou uma divisão no campo da direita nas redes sociais. O comunicador foi demitido após ter feito um gesto que supostamente remete à saudação nazista a Adolf Hitler.

Enquanto parte da militância bolsonarista critica Adrilles por ele ter levantado o braço direito com a palma da mão estendida ao fim do programa Opinião, na Jovem Pan News, na última terça-feira (8/2), outra fatia do grupo comprou a versão do comentarista, de que ele estava apenas dando um tchau. Entre os integrantes desse segundo grupo estão autoridades do governo federal, parlamentares da base aliada e ao menos um filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No episódio, Adrilles comentava a demissão de Bruno Aiub, o Monark, do Flow Podcast, após o youtuber ter defendido a existência de um partido nazista no Brasil. Depois de ser demitido, nesta quarta (9/2), Adrilles classificou o gesto como um “tchau” que foi “deturpado por canceladores” e argumentou que costuma se despedir de maneira parecida do quadro. No vídeo do momento do encerramento do programa, porém, é possível perceber que o gesto constrange o âncora da atração, William Travassos, que diz, antes do corte final do sinal: “Surreal, Adrilles”. Veja:

Apoio de dentro do governo

A defesa aberta a Adrilles entre membros do governo começou com o secretário Nacional de Fomento à Cultura, André Porciuncula, que escreveu no Twitter: “Não sou próximo do Adrilles (…). Contudo, não deixa de ser assustador que consigam vinculá-lo a apologia ao nazismo, em um vídeo em que ele está falando clara e abertamente contra essa abominação”, escreveu ele. “Precisamos acabar com a banalização do termo nazista”, completou Porciuncula, que ganhou apoio de seu chefe, o secretário especial de Cultura, Mário Frias, que retuitou a postagem e comentou: “É preocupante que um vídeo em que a pessoa fala, de forma explicita, ser contra o nazismo seja usado para imputar a essa pessoa o crime de ser nazista.”

A postagem de Frias foi retuitada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) a seus 2,2 milhões de seguidores na rede, indicando apoio do parlamentar a essa versão. Veja:

Eduardo Bolsonaro repostou defesa de Mario Frias e Andre Porciuncula

Após a publicação, Eduardo Bolsonaro ratificou sua posição com um post a favor de Adrilles. “Adrilles não incentivou nazismo ou defendeu a criação de um partido nazista”, disse. Veja post:

 

Opinião diferente em relação a Kim Kataguiri

Adrilles, que é ex-participante do programa global Big Brother Brasil, onde esteve em 2015, se envolveu nessa confusão, perdeu o emprego e entrou na mira de órgãos de investigação ao comentar a demissão de Monark do Flow Podcast. Durante a gravação de um programa, Monark defendeu que deveria existir um partido nazista no Brasil.

Desse episódio do Flow, participaram também os deputados federais Tábata Amaral, do PSB-SP (que chegou a postar foto celebrando sua ida ao programa, mas depois apagou) e Kim Kataguiri, do DEM-SP, que também acabou envolvido na polêmica por ter concordado, em outro trecho do programa, que a Alemanha teria errado ao banir o nazismo após a derrota de Hitler na Segunda Guerra Mundial. Para o parlamentar, é preciso deixar existir o debate sobre o nazismo para que seus horrores fiquem evidentes para a sociedade e possam ser evitados.

Por conta disso, Eduardo Bolsonaro anunciou nesta quarta que estava “protocolando para a Mesa Diretora da Câmara para que o presidente Arthur Lira abra processo no Conselho de Ética contra as declarações em defesa do nazismo feitas pelo deputado Kim Kataguiri”. As punições que o Conselho de Ética pode impor vão desde a censura até a cassação do mandato parlamentar.

Assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, o ex-sargento da PM Max Guilherme Machado foi mais longe e defendeu, também nesta quarta-feira (9/2), a prisão de Kataguiri.

Gestão da crise

Apesar de menos citado que Monark ou mesmo Adrilles no contexto desse episódio, Kataguiri tem buscado se desvencilhar das críticas desde o início da repercussão, alegando ser contra o nazismo, mas criticando também a suposta censura imposta ao tema.

Nesta quarta, por exemplo, o parlamentar promove na internet uma conversa sobre os “horrores do regime nazista”. Veja o convite postado por ele (e os comentários feitos pelos internautas):

Histórico de polêmicas nazistas

A pasta comandada por Mario Frias já se envolveu em polêmica relacionada ao nazismo na primeira metade do governo Bolsonaro. Em janeiro de 2020, o então titular da Secretaria de Cultura, Roberto Alvim, caiu em desgraça e perdeu o cargo após citar, em vídeo oficial, trechos de discurso do ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler, Joseph Goebbels.

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”, discursou Alvim, na ocasião, tendo como trilha sonora uma música do compositor romântico alemão Richard Wagner (1813-1883) que era uma das favoritas de Hitler.

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