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Eduardo Bolsonaro lamenta Ucrânia sem armas nucleares: “Muito triste”

Para o deputado federal, falta de armas “poderosas” impede que o país tenha condições de se defender sozinho

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Paulo Sergio/Agência Câmara
Eduardo Bolsonaro
1 de 1 Eduardo Bolsonaro - Foto: Paulo Sergio/Agência Câmara

Em entrevista ao programa Huckabee, apresentado pelo ex-governador do Arkansas, nos Estados Unidos, Mike Huckabee, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) deu declarações polêmicas sobre o conflito envolvendo Rússia e Ucrânia. Para o parlamentar, o fato de os ucranianos não possuírem mais armas nucleares é “muito triste”.

“Estamos em um ponto muito sensível e infelizmente estamos olhando para uma guerra. Mas isso mostra ao mundo que, para ter sua própria segurança, você deve ter ótimas forças armadas. Algo triste é que a Ucrânia, há alguns anos, eles não deveriam mais ter bombas poderosas ou bombas nucleares. Então agora eles não podem se defender de uma forma que não precisem de ajuda. Isso é muito triste. Talvez seja uma mensagem para o resto do mundo”, assinalou o filho 03 do presidente.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Vale lembrar que, nesse domingo (27/2), Vladimir Putin acendeu um alerta mundial ao pedir que forças nucleares da Rússia fiquem em estado de alerta em meio ao conflito no Leste Europeu. Além disso, a ameaça nuclear aumentou depois que um referendo foi aprovado em Belarus, retirando o status não nuclear do país e facilitando a instalação de armas nucleares russas em seu território.

O deputado federal ainda comentou sobre posicionamentos do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), que afirmou não concordar com a invasão da Ucrânia logo nos primeiros dias em que o conflito estourou.

“Não é a primeira vez que nosso vice-presidente fala coisas que contrariam a opinião de Bolsonaro”, disse Eduardo Bolsonaro. Para o filho do mandatário do país, não existem problemas em Mourão possuir opiniões distintas das de seu pai, desde que não as divulgue publicamente.

“Esse tipo de opinião do vice-presidente, ele pode tê-las. Mas quando ele fala disso publicamente está invadindo a área do presidente. Então é por isso que Bolsonaro disse que isso não representa a opinião do presidente. Não é grande coisa, mas você tem que observar o espaço no território de cada um que está no governo”, declarou.

Jair Bolsonaro ainda não chegou a se posicionar explicitamente a favor da Rússia no conflito que já dura cinco dias. Contudo, declarações recentes do presidente apontam para um possível alinhamento com o Kremlin, tendo inclusive algumas delas sendo repercutidas pela mídia russa como apoio a Vladmin Putin.

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