Eduardo Bolsonaro defende projeto que criminaliza comunismo e nazismo
O filho 02 do presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o Twitter para pedir que assinaturas sejam coletadas “com a urgência que o momento exige”
atualizado
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Após o ex-apresentador do Flow Podcast, Bruno Aib, conhecido como Monark, ter defendido a existência de um partido nazista no Brasil e o comentarista Adrilles Jorge da Jovem Pan ser demitido por ter feito um gesto que supostamente remete à saudação nazista, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) deseja criar uma lei para criminalizar o comunismo e o nazismo.
O filho 02 do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Twitter para pedir assinaturas que viabilizem a iniciativa. “Coleto assinaturas pedindo sua urgência no momento em que autoridades defendem criar partido nazista ou invadem igreja”, disse.
Veja tuíte:
PL 4425/2020 criminaliza nazismo (luta de raças) e comunismo (lutas de classes), pois eles geram genocídios.
Coleto assinaturas pedindo sua urgência no momento em que autoridades defendem criar partido nazista ou invadem igreja.
Peça a seu deputado q assine👇
CD228014646600 pic.twitter.com/kK7v8qBZ5a— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) February 9, 2022
A iniciativa ocorre ao mesmo tempo em que Jair Bolsonaro (PL) defende que nazismo deve ser repudiado e comunismo combatido.
“A ideologia nazista deve ser repudiada de forma irrestrita e permanente, sem ressalvas que permitam seu florescimento, assim como toda e QUALQUER ideologia totalitária que coloque em risco os direitos fundamentais dos povos e dos indivíduos, como o direito à vida e à liberdade”, escreveu o presidente em publicação feita nas redes sociais.
“É de nosso desejo, inclusive, que outras organizações que promovem ideologias que pregam o antissemitismo, a divisão de pessoas em raças ou classes, e que também dizimaram milhões de inocentes ao redor do mundo, como o Comunismo, sejam alcançadas e combatidas por nossas leis”, declarou o presidente da República.
Demissões
A demissão do comentarista Adrilles Jorge da Jovem Pan gerou uma divisão no campo da direita nas redes sociais. O comunicador foi demitido após ter feito um gesto que supostamente remete à saudação nazista a Adolf Hitler.
Enquanto parte da militância bolsonarista critica Adrilles por ele ter levantado o braço direito com a palma da mão estendida ao fim do programa Opinião, na Jovem Pan News, na última terça-feira (8/2), outra fatia do grupo comprou a versão do comentarista, de que ele estava apenas dando um tchau. Entre os integrantes desse segundo grupo estão autoridades do governo federal, parlamentares da base aliada e ao menos um filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No episódio, Adrilles comentava a demissão de Bruno Aiub, o Monark, do Flow Podcast, após o youtuber ter defendido a existência de um partido nazista no Brasil. Depois de ser demitido, nesta quarta (9/2), Adrilles classificou o gesto como um “tchau” que foi “deturpado por canceladores” e argumentou que costuma se despedir de maneira parecida do quadro. No vídeo do momento do encerramento do programa, porém, é possível perceber que o gesto constrange o âncora da atração, William Travassos, que diz, antes do corte final do sinal: “Surreal, Adrilles”. Veja:
Adrilles Jorge é repreendido por apresentador ao final de programa que discutia Caso Monark. “Surreal”.
Comentarista falava sobre o tema fazendo um paralelo entre nazismo e comunismo.
Assista ▶️ pic.twitter.com/aqKGsxXF9X
— Metrópoles (@Metropoles) February 9, 2022
Apoio de dentro do governo
A defesa aberta a Adrilles entre membros do governo começou com o secretário Nacional de Fomento à Cultura, André Porciuncula, que escreveu no Twitter: “Não sou próximo do Adrilles (…). Contudo, não deixa de ser assustador que consigam vinculá-lo a apologia ao nazismo, em um vídeo em que ele está falando clara e abertamente contra essa abominação”, escreveu ele. “Precisamos acabar com a banalização do termo nazista”, completou Porciuncula, que ganhou apoio de seu chefe, o secretário especial de Cultura, Mário Frias, que retuitou a postagem e comentou: “É preocupante que um vídeo em que a pessoa fala, de forma explicita, ser contra o nazismo seja usado para imputar a essa pessoa o crime de ser nazista.”
A postagem de Frias foi retuitada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) a seus 2,2 milhões de seguidores na rede, indicando apoio do parlamentar a essa versão. Veja:
Após a publicação, Eduardo Bolsonaro ratificou sua posição com um post a favor de Adrilles. “Adrilles não incentivou nazismo ou defendeu a criação de um partido nazista”, disse. Veja post:
Adrilles não incentivou nazismo ou defendeu a criação de um partido nazista. Aproveitadores na esteira de polêmicas recentes se aproveitam para cancelá-lo.
Politicamente correto não é sobre o que se fala, mas sobre QUEM fala
Vídeo: @AdrillesRJorge dando tchau em dias diferentes pic.twitter.com/f1KIqLFyx0
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) February 9, 2022