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Xô, inflação: especialista ensina como manter contas domésticas em dia

Educador financeiro Charles Mendlowicz, conhecido como Economista Sincero, conversou com o Metrópoles e forneceu uma série de dicas

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1 de 1 inflação mercado supermercado produtos alimentos compras preços 7 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A taxa de desemprego diminuiu, e agora está em 9,8%. A inflação dá sinais de refresco, mas o custo da alimentação segue alto. Dos 50 produtos que mais encareceram nos últimos 12 meses, 34 são alimentos; os principais deles são leite e feijão. Despesas com saúde e vestuário também cresceram.

Ter disciplina com os gastos e identificar a destinação exata do dinheiro são hábitos essenciais para manter a saúde financeira.

Formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o educador financeiro Charles Mendlowicz, conhecido nas redes sociais como Economista Sincero, conversou com o Metrópoles e compartilhou uma série de dicas para o consumidor conseguir equilibrar as contas.

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Em outras palavras, se há  aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país

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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda

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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles

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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras

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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas

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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda

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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros

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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas

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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido

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A principal recomendação é ter conhecimento pleno de quanto se ganha e o quanto se gasta. Se os números não forem compatíveis, é preciso cortar o dispensável.

“Quando a pessoa organiza a planilha de gastos, ou seja, estabelece todas as despesas na ponta do lápis, é possível saber se, ao fim do mês, o que se ganha suficiente, e identificar os gastos o que são altamente necessários e desejáveis, e aquilo que é dispensável”, ensina o influenciador que acumula 1,4 milhão de seguidores nas redes sociais.

Veja dicas para manter o equilíbrio das contas domésticas:

  • Comece agora – não deixe para o mês que vem, semana que vem, outro dia. É preciso começar hoje. Monte uma planilha ou utilize algum aplicativo (gratuito, é claro) para controlar todos os seus gastos, incluindo as menores despesas, porque é impossível gerenciar aquilo que não sabemos. Muitas pessoas ficam impressionadas com alguns gastos e não fazem ideia da dimensão deles até começarem a anotá-los.
  • Corte despesas. Infelizmente, só é possível equilibrar as contas de duas formas: aumentando as receitas ou cortando despesas. Agora que você já sabe para onde o dinheiro está indo, é importante cortar tudo que for possível.
  • Cuidado com as despesas “modernas”, como planos de internet, celular, streamings etc. Sempre calcule quanto isso está custando por ano, para ter ideia do peso dessas contas. Aproveite a Black Friday para conseguir planos mais baratos nas operadoras.
  • Boa parte do orçamento doméstico vai para alimentos. Então, é hora de revisar tudo que temos selecionado: embalagens, marcas, produtos que podem ser substituídos. Também é necessário seguir aquelas dicas básicas para ir ao supermercado: não levar os filhos, não ir com fome, fazer uma lista de compras, aproveitar embalagens promocionais etc.
  • Promoções e descontos são bem-vindos quando você precisa gastar, mas só se você precisar mesmo. Muitas pessoas acabam gastando só porque algo está “mais barato”, e não porque elas precisam. Utilize a regra das 48 horas: ao ver uma TV, celular ou algo, no shopping ou na internet, pense por 48 horas se você realmente precisa disso. Dessa forma, a chance de arrependimento será menor.
  • Cuidado com as dívidas. Ainda mais com o nível de juros que estamos vivenciando no Brasil, é muito fácil se meter em uma enrascada. Casa, carro, e outros itens com financiamento e juros mais longos devem ser exaustivamente discutidos e pensados na família para que uma decisão não comprometa anos de vida. E se você infelizmente já está com muitas dívidas, corra para renegociar tudo, e brigue ao máximo para reduzir os juros.

O economista explica que, em âmbito doméstico, a crise afeta mais duramente as classes C, D e E; ou seja, as famílias mais pobres.

“A perspectiva dessas famílias tem sido fortemente impactada pela inflação”, pontua. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acelerou 0,67% em junho; a alta foi de 0,47% em maio. Em 12 meses, a taxa ultrapassa 11%.

Consumo equilibrado

Com a carestia batendo na porta, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, houve queda de 5,6% no salário médio de contratação no país, em comparação com o mesmo período do ano passado; dessa forma, portanto, cada real fica mais expressivo. “As famílias se veem obrigadas a apertar os cintos e puxar o freio de mão. O consumo tem que ser mais equilibrado e não pode se endividar, que é a pior coisa para esse momento. A grande maioria das pessoas precisa ter disciplina com as finanças pessoais e fazer cortes”, salienta Charles Mendlowicz.

A renda média tem diminuído. Em maio deste ano, o salário médio real de contratação foi de R$ 1.898. Em abril, era de R$ 1.916. A diferença fica ainda maior em comparação aos mesmos meses de 2021, que acumularam um salário médio de R$ 2.010.

“Normalmente, falamos que 30% da renda de ser destinada para alimentação, moradia e transporte. Outros 30%, para educação e saúde. O restante é para lazer e investimento. Contudo, com esse cenário, as classes menores ficam muito prejudicadas”, frisa.

Charles Mendlowicz, economista sincero

O economista reforça. “É preciso saber o quanto se ganha e para onde vai esse dinheiro. Definir os gastos em planilha, colocar na ponta do lápis, e entender onde o dinheiro está indo”, conclui.

Entre as dicas do educador, está o corte de supérfluos, a exemplo da assinatura de streamings, e a substituição por produtos similares com preços mais em conta. “Assim, é possível navegar com uma tranquilidade maior”, acrescenta.

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