Viúva de Fábio Steinbruch diz que não foi consultada em acordo por CSN
Fabiane Steinbruch detém cerca de 17% do capital da CFL Participações; primos travavam disputa na Justiça que se arrastava desde 2018
atualizado
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O acordo sobre a participação de Léo e Clarice Steinbruch, primos de Benjamin Steinbruch, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) não teve qualquer participação da viúva de Fábio Steinbruch (irmão de Léo e Clarice), morto em 2012.
É o que a própria Fabiane Steinbruch afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “Fui surpreendida. A administração da CFL não me comunicou, não me consultou e não me convidou para participar de qualquer negociação”, disse.
Os irmãos Benjamin, Ricardo e Elisabeth Steinbruch, representados pela holding Rio Purus, travavam uma disputa judicial com os primos, da CFL Participações, pelo menos desde 2018. Fabiane detém cerca de 17% do capital da CFL.
A CFL tentava havia anos acabar com um acordo de acionistas da Vicunha, holding da família Vicunha Steel, que controla a CSN e outros negócios dos Steinbruch. O acordo vigorava havia 30 anos.
A Vicunha controla a CSN com 50,3% das ações com direito a voto na siderúrgica. A família também é dona do banco Fibra e de uma série de imóveis e fazendas, entre outros ativos.
Pelo acordo, a CFL, que detém 40% das ações com direito a voto da Vicunha Steel, passará a ter 10,25% de participação direta na siderúrgica. A Rio Purus, de Benjamin e irmãos, ficará com 40,99% na empresa.
“Não é exagero. Fiquei sabendo dos fatos através do Google. Estou buscando esclarecimentos junto à administração da CFL”, afirmou Fabiane.
A viúva de Fábio Steinbruch sempre teve uma relação tumultuada com os irmãos do marido. Ela assegurou o direito ao espólio de Fábio após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que colocou ponto final em uma batalha judicial travada contra os cunhados.
Com a decisão do STJ, Fabiane ficou com 50% da fatia de Fábio, e o restante foi dividido igualmente entre Léo e Clarice.
História dos Steinbruch
O conglomerado dos Steinbruch teve início na década de 1960, com os irmãos Mendel (pai de Benjamin, que morreu em 1993) e Eliezer (pai de Léo, Clarice e Fábio).
O acordo de acionistas da família foi firmado em 1994. Os desacertos familiares se tornaram públicos a partir de 2008, quando Eliezer morreu.
Atualmente, a CSN vale cerca de R$ 20 bilhões na Bolsa. O fim do imbróglio alavancou as ações da companhia, que fecharam em alta de 3,52%, a R$ 14,42.