Veja 5 passos para empresas enfrentarem a nova onda da pandemia
As novas medidas de isolamento social e o fim das linhas de crédito emergenciais preocupam os empresários brasileiros
atualizado
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Nem mesmo a experiência vivida durante a chamada “primeira onda” da pandemia de Covid-19 foi suficiente para evitar o impacto da atual “segunda onda” – mais grave e fatal – a empreendimentos do país.
Essa é a conclusão do empresário Alexandre Santos, dono e fundador da rede de hamburguerias Geléia.
Ele conta que, no ano passado, o dinheiro estava circulando com mais facilidade, sobretudo devido ao pagamento do auxílio emergencial – foram pagas nove parcelas em 2020.
“Houve um aumento absurdo no preço dos insumos. O queijo, que era R$ 9, chegou a R$ 42”, ressalta.
“Mas, agora, o baque é mais forte, pois, principalmente, tem menos dinheiro na rua e as pessoas estão tendo que se recolher – algo que não vimos com o mesmo vigor no ano passado”, complementa o empresário.
A crise financeira está apertando, mas Alexandre relata ser essencial mostrar flexibilidade no momento.
Apesar de ter fechado recentemente uma filial da rede de hamburguerias, que agora conta com 17 unidades, ele não chegou a demitir funcionários.
Ao contrário: investiu no delivery – que, antes da pandemia, não fazia parte dos serviços oferecidos pela companhia. “A gente nunca se importou com o delivery, pois uma das coisas que priorizávamos era que o cliente experimentasse o local”, afirma.
“Então, tem que ser meio que um camaleão. Não adianta espernear para continuar tendo o fluxo de caixa”, diz.
Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as novas medidas de isolamento social e o fim das linhas de crédito emergenciais são alguns dos fatores que preocupam os empresários brasileiros.
Pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicada em março deste ano, mostra que 57% dos pequenos empresários estão preocupados com o futuro e enfrentam dificuldades para manter o negócio em pé.
Diante da situação, o Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) da CNI elaborou cinco passos para que micro, pequenas e médias empresas organizem as finanças e se preparem para confrontar os desafios impostos pelo atual cenário. Veja:
1. Confira o caixa e calcule as dívidas
O primeiro passo é avaliar receitas e despesas da empresa, a curto e médio prazo. A partir disso, é preciso reduzir, ao máximo, os custos e negociar com o banco a possibilidade de pausa no pagamento de prestações, caso sua empresa possua algum empréstimo.
Se a empresa conseguiu um subsídio pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), já é possível solicitar mais três meses de carência junto à instituição financeira.
2. Juros estão altos? Tente a portabilidade
Para quem possui empréstimos com taxas de juros mais altas, a portabilidade do crédito é uma solução. Essa transação possibilita que a empresa transfira a dívida de uma instituição financeira para outra, mantendo, assim, o prazo e o saldo devedor, mas com taxas negociadas a favor da situação financeira do endividado.
3. Negocie com os fornecedores
Os fornecedores possuem papel importante no movimento de despesas da empresa, por isso é aconselhável negociar um congelamento temporário de preços na matéria prima ou em serviços prestados.
Outra sugestão é solicitar um aumento nos prazos de pagamento ou parcelar as dívidas dentro das condições financeiras da empresa.
4. Use a internet a seu favor
Além de reforçar os protocolos sanitários de proteção e adaptar o negócio às restrições impostas pela nova onda da pandemia, a internet pode ajudar empresários a evitarem perdas e desperdícios. O uso das redes sociais e de site estruturado para o atendimento on-line/delivery é aconselhado, para que empresas mantenham o estoque de produtos e matéria-prima circulando com segurança.
5. Busque a linha de crédito correta para sua empresa
É necessário avaliar com cautela as opções disponíveis de financiamento junto às instituições financeiras, principalmente em relação a taxas, opções de garantia e carência. O crédito bem aplicado em capital de giro, por exemplo, permite que a empresa possa organizar algumas pendências sem fazer muitas dívidas.
Ressalta-se, entretanto, que é fundamental conhecer o porte e as necessidades do seu negócio e ter todos os registros contábeis e financeiros organizados antes de procurar um financiamento.