Universidades dizem que orçamento é preocupante mesmo com corte menor
Corte, mesmo menor, impacta na manutenção de serviços básicos das universidades, como energia, água e segurança
atualizado
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Mesmo após o Ministério da Educação anunciar a redução do bloqueio de 14,5% para 7,2% nos recursos de uso discricionário, as universidades federais afirmam que a situação permanece preocupante.
Na tarde desta quarta-feira (8/6), em nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) demostrou preocupação com o montante de recursos. Na prática, o valor cortado cairá de R$ 3,2 bilhões para R$ 1,6 bilhão.
“Vamos continuar trabalhando pelo desbloqueio total desses recursos, pois qualquer redução já impacta na manutenção de serviços básicos das universidades, como energia, água, segurança, além, obviamente, das atividades acadêmicas de bolsas de pesquisa e as ações orçamentárias de assistência estudantil, que garantem a permanência dos estudantes mais socialmente vulneráveis, considerando que o orçamento aprovado para 2022 já era aquém da necessidade”, critica o presidente da Andifes, Marcus David.
O bloqueio das verbas destinadas ao custeio das universidades federais ameaça o funcionamento do segundo semestre, alertam reitores. Na corrida para driblar as contas apertadas, eles pressionam o governo federal e o Congresso, na tentativa de garantir o descontingenciamento.
Pagamentos de subsídios como auxílio estudantil, bolsas de pesquisas e projetos acadêmicos foram prejudicados pelo bloqueio. Segundo a Andifes, o ministro da Educação, Victor Godoy, admitiu ter feito o corte em todas as unidades da pasta por “não ter tido tempo para aprofundar os estudos” sobre o bloqueio.
Durante os últimos dias, reitores das universidades federais se mobilizaram em busca de congressistas para dar musculatura à pressão. O corte total do orçamento anunciado pelo governo federal e publicado no Diário Oficial da União é de R$ 8,2 bilhões.
Entre as pastas impactadas, também está o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que precisará suspender pesquisas sobre a Covid-19 e o meio ambiente.
Assim que o bloqueio foi anunciado, as instituições federais de ensino alertaram para a necessidade de cortar gastos com pesquisas científicas, projetos de extensão, manutenção e assistência estudantil para alunos de baixa renda.
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