Trabalhadores da Casa da Moeda cruzam os braços no Rio de Janeiro

Frente à possibilidade de privatização da estatal, funcionários da Casa da Moeda do Brasil (CMB) cruzaram os braços nesta segunda-feira (13/01/2020), após bater o ponto. A informação foi divulgada pelo Sindicato Nacional dos Moedeiros, que também alegou que seus diretores teriam sido impedidos de entrar no local da manifestação.

Na última sexta-feira (10/01/2020), um grupo de funcionários já havia ocupado o prédio administrativo da Casa da Moeda e paralisado as atividades na fábrica. A sede da empresa fica no Rio de Janeiro (RJ).

Além da inclusão da empresa no Programa Nacional de Desestatização (PND) do governo federal, os trabalhadores também se queixam de iniciar 2020 sem um acordo coletivo de trabalho (ACT) fechado. A empresa fez propostas, mas nenhuma delas foi aceita.

A Casa da Moeda informou, em nota, que “entende que a empresa e os funcionários passam por um momento de incertezas e preocupações”, mas alegou que vem atuando para resolver a questão do acordo. Eles pontuam, contudo, que o “atual custo de pessoal é inviável economicamente para a empresa”.

A direção da CMB afirma, ainda, que as negociações envolveram até uma proposta da vice-presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas que, até agora, nada foi aceito pela categoria. “A empresa permanece aberta à negociação para conclusão do ACT, aguardando a proposta do SNM, aprovada pela Assembleia dos Funcionários, para que possa ser analisada sua viabilidade financeira”, registra o texto.

No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou medida provisória segundo a qual a Casa da Moeda não mais deterá, a partir de 2024, o monopólio da fabricação de dinheiro, passaportes e selos. A MP ainda tramita na Câmara dos Deputados.

Vídeo divulgado pelo sindicato mostra os funcionários da Casa da Moeda reunidos na porta da fábrica: