Tebet fala em “esforço” do governo por juros baixos e defende reoneração de combustíveis
Simone Tebet, ministra do Planejamento, disse que o governo sinalizou que é possível baixar os juros, ainda que não nos patamares desejados
atualizado
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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira (1º/3) que o governo federal tem dado sinalizações ao Banco Central (BC) de que é possível baixar os juros, ainda que não nos patamares desejados.
Após café da manhã no Palácio do Planalto com a primeira-dama Janja e ministras do governo, alusivo ao início do mês da Mulher, Tebet foi questionada sobre a reoneração dos combustíveis, decidida na terça-feira (28/2).
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“Você não tem como atender 100% um lado sem prejudicar o outro lado da economia. Se você reonera 100% você tem um impacto imediato muito forte na inflação. Consequentemente, você dificulta a possibilidade de uma diminuição de taxa de juros a pequeno prazo, que é o que nós queremos”, disse ela.
Tebet afirmou que “o problema da inflação no Brasil não é demanda” e considerou que o governo está fazendo seu dever de casa, focado na contenção de gastos:
“Nós estamos sim agora focados na contenção de gastos. O que nós queremos mostrar para o Copom e para o Banco Central é que podem, ainda que paulatinamente, diminuir os juros, que nós temos responsabilidade fiscal e estamos fazendo o dever de casa. (…) Entendo que, sob a ótica inflacionária, inclusive do meio termo, nós fizemos o dever de casa”.
Em seguida, ela afirmou que o esforço do governo poderá ser visto na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, responsável pela definição da taxa básica de juros, a Selic. O Copom fará sua próxima reunião nos dias 21 e 22 de março.
“O que nós estamos fazendo é um esforço concentrado para mostrar para o Banco Central, para a próxima reunião do Copom, de que o problema da inflação não é demanda. Isso já é um ponto importante, inicial, que nos dá tranquilidade de ter segurança daquilo que estamos falando, que é possível baixar os juros no Brasil, ainda que não nos patamares que nós queremos.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem criticando publicada o atual patamar da Selic, que está em 13,75% ao ano, o maior desde 2017.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, usou um tom conciliador para aliviar tensões com o Planalto, em entrevista concedida em meados de fevereiro, ao programa Roda Viva, da TV Cultura.