Tebet defende “operação pente-fino” nos gastos sociais
Segundo a ministra Tebet, a operação nos gastos sociais é necessária para cumprir as metas fiscais estabelecidas pela equipe econômica
atualizado
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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu uma “operação pente-fino” nos gastos sociais para cumprir as metas fiscais. Ela falou da necessidade de uma ação nesse sentido ao comentar a meta estabelecida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de zerar o déficit público em 2024.
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“Nós estamos com o seguinte desafio: o ministro (Fernando) Haddad, de forma correta, se impôs o desafio audacioso, difícil de ser executado, mas crível e possível (déficit 0), que vai exigir duas coisas: de um lado da esteira, achar receitas sem aumentar imposto ou tributar certos tipos de renda que hoje estão fora do radar. Entra aí JCP (juros sobre capital próprio), fundos exclusivos e outras questões. Mas, de outro lado, nos impõe também — e a meu ver, esse é o grande trunfo da meta 0 — numa operação pente-fino”, disse Tebet, nesta nesta terça-feira (15/8), em conferência da XP, em Brasília.
A ministra, que voltou a frisar “divergências” com os demais integrantes da equipe econômica, ainda salientou que é preciso melhorar a eficiência de algumas políticas públicas.
“Ninguém quer diminuir a execução de políticas públicas prioritárias e necessárias para o Brasil, mas é preciso garantir que elas tenham efetividade, sejam eficientes e cheguem da forma correta. Gastar bem o pouco que se tem e, de outra forma, cortar onde não é preciso”, prosseguiu.
A ministra ainda citou a possibilidade de cortes nos gastos previdenciários, que somam R$ 1 trilhão por ano.
No evento, Tebet disse ainda que é preciso ter essa visão mais ampliada, “sob pena de a gente chegar em 2026 e termos riscos democráticos novamente”. “A gente precisa ter entregas sociais, sem flertar com qualquer irresponsabilidade nas contas públicas. Não é tarefa fácil”, concluiu.
Durante a transição, Tebet, que ficou em terceiro lugar na disputa à Presidência da República em 2022, reivindicou a pasta do Desenvolvimento Social, que acabou ficando nas mãos do petista Wellington Dias. A ela foi ofertado o Ministério do Planejamento.
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Agora, na minirreforma ministerial estudada pelo governo, a pasta social é alvo do Centrão, que mira o controle do Bolsa Família e de outros programas sociais. O PT, no entanto, vê o ministério como vitrine e resiste a entregá-lo a outras siglas.