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Taxa de juros ao consumidor atinge maior nível desde 2003

No caso das pessoas físicas, houve aumento nos juros do comércio, do cartão de crédito rotativo, do cheque especial, do empréstimo pessoal-bancos e do empréstimo pessoal-financeiras

atualizado

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1 de 1 istock conta dívida - Foto: IStock

Os juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram, no mês passado, aos maiores patamares desde a década de 2000. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), as taxas subiram em junho pelo 21º mês consecutivo.

No caso das pessoas físicas, houve aumento nos juros em cinco das seis linhas pesquisadas (juros do comércio; cartão de crédito rotativo; cheque especial; empréstimo pessoal-bancos; e empréstimo pessoal-financeiras). A única queda foi em CDC-financiamento de veículos. O juro médio subiu 0,10 ponto porcentual em junho ante maio, para 8,06% ao mês (153,50% ao ano), o maior nível desde setembro de 2003.

No cartão de crédito, a taxa subiu 0,10 pp, para 15,22% ao mês (447,44% ao ano) em junho, o maior nível desde outubro de 1995. Em relação aos juros do comércio (crediário), houve alta em 11 dos 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,02 pp, para 5,86% ao mês (98,05% ao ano). A única queda foi em veículos, onde a taxa recuou 0,01 pp, para 2,31% aos mês (31,53% ao ano). No geral, a taxa mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,97% ao mês (100,54% ao ano).

Entre as pessoas jurídicas, houve alta nas três linhas (capital de giro; desconto de duplicatas, e conta garantida). O juro médio avançou 0,01 pp no mês passado ante o anterior, para 4,63% ao mês (72,14% ao ano), o patamar mais alto desde fevereiro de 2005.

No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,02 pp, para 8,05% ao mês (153,22% ao ano), o patamar mais elevado desde o início da série histórica, em 1995.

Inadimplência
Segundo a Anefac, as altas podem ser atribuídas a alguns fatores, como o cenário macroeconômico que aumenta o risco de elevação da inadimplência. “Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isto a recessão econômica, que deve promover o crescimento dos índices de desemprego”, diz o diretor executivo de estudos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira. “O futuro é um pouco incerto. Como existe a expectativa de que o Banco Central possa vir a reduzir a taxa básica de juros (Selic), nos próximos meses, este fato pode contribuir para a redução das taxas de juros das operações de crédito”, acrescenta.

A Anefac lembra que, considerando todas as elevações da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve aumento de 7,00 pontos porcentuais (ou alta de 96,55%) na taxa básica de juros, para o nível atual de 14,25%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 65,53 pp (+74,49%). Já na pessoa jurídica, houve elevação de 28,56 pp (+65,53%).

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