Taxa de desemprego fica em 9% no 4º trimestre de 2015
Foi a mais alta taxa registrada na série histórica da pesquisa, iniciada no primeiro trimestre de 2012. O mercado de trabalho eliminou 1,1 milhão de vagas formais no período de um ano
atualizado
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A taxa de desocupação no Brasil ficou em 9% no quarto trimestre de 2015, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta terça-feira (15/3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a mais alta taxa registrada na série histórica da pesquisa, iniciada no primeiro trimestre de 2012. No quarto trimestre de 2014, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 6,5%.
O resultado do quarto trimestre de 2015 ficou dentro das estimativas dos analistas, que esperavam uma taxa de desemprego entre 8,50% e 9,30%, com mediana de 9,10%. No ano, a taxa de desemprego média foi de 8,5%, ante um resultado de 6,8% registrado em 2014.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 1.913 no quarto trimestre de 2015. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, houve recuo de 1,1%. O resultado representa ainda queda de 2,0% em relação ao mesmo trimestre de 2014.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 171,5 bilhões no quarto trimestre de 2015, queda de 0,6% ante o terceiro trimestre e recuo de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Carteira assinada
O mercado de trabalho eliminou 1,1 milhão de vagas formais no período de um ano. A queda no total de pessoas ocupadas com carteira assinada no setor privado foi de 3% no quarto trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior.
A perda da carteira assinada estimula a população que está fora da força de trabalho a procurar emprego para complementar a renda familiar, explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
“A carteira representa uma série de benefícios. Então a perda da carteira pode fazer com que as pessoas que estão fora da força vão para o mercado de trabalho pra compor essa renda (da família). Essa redução da estabilidade do emprego faz com que tenha esse aumento de população desocupada”, justificou Azeredo.
O coordenador lembra que o total de pessoas procurando emprego cresceu em 2,635 milhões de indivíduos em um ano, enquanto apenas 600 mil vagas foram eliminadas no período. A fila da busca por um trabalho reúne essas pessoas que perderam o emprego e as que não estavam trabalhando nem procurando uma vaga.
No quarto trimestre de 2015, além da redução da formalidade, houve diminuição do montante de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, que encolheu 4,3%, 450 mil funcionários a menos.
Já o trabalho por conta própria cresceu 5,2% no período, com 1,139 milhão de pessoas a mais nessa condição em um ano. “As pessoas quando perdem o emprego muitas vezes recebem rescisão. Elas vão usar essa rescisão para montar um negocio próprio, para tentar manter o sustento delas”, disse Azeredo.
O trabalho doméstico também avançou no período de um ano (+4,8%), com 284 mil empregados a mais, absorvendo mão de obra dispensada de outros setores.
Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional A nova pesquisa tem por objetivo substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrange apenas seis regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.