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Sob risco de crise hídrica, Aneel anuncia nesta terça aumento na conta de luz

Brasileiros pagam atualmente R$ 6,24 a mais a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. Com reajuste, valor deve ultrapassar R$ 7,50

atualizado

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1 de 1 Conta-de-luz - Foto: Arquivo/Agência Brasil

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a conta de luz deverá seguir com a taxa extra mais elevada em julho. Caso isso ocorra, será o terceiro aumento do ano.

Agora, o país paga o valor da bandeira vermelha patamar dois, com tarifa de R$ 6,24 a mais a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. Nesta terça-feira (29/6), no entanto, a diretoria da Aneel fará reunião para definir o novo valor da taxa.

De acordo com o diretor-geral da agência, André Pepitone, a bandeira vermelha dois terá reajuste superior a 20%, ultrapassando R$ 7,50.

“Julho inicia-se com a mesma perspectiva hidrológica desfavorável, com os principais reservatórios do SIN [Sistema Interligado Nacional] em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano, o que sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos”, explicou a agência por meio de nota divulgada, à qual o Metrópoles teve acesso.

Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada. O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.

“Com o acionamento da bandeira vermelha em seu maior patamar, é importante reforçar aos consumidores ações relacionadas ao uso consciente e ao combate ao desperdício de energia”, afirmou.

Confira os aumentos de tarifa deste ano

  • De janeiro a abril de 2021: amarela
  • Maio 2021: vermelha patamar 1​
  • Junho 2021: vermelha patamar 2
  • Julho de 2021: vermelha patamar 2 (com reajuste)

Crise hídrica

A principal razão para a disparada da tarifa é a seca nas principais bacias hidrográficas que abastecem o país, por causa de um baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que são responsáveis por 70% da geração de energia no Brasil. Desde outubro de 2020, esse é o menor volume registrado dos últimos 91 anos.

A crise hídrica obriga o uso das usinas termoelétricas, o que eleva o preço da energia e pressiona ainda mais a inflação.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu na semana passada que a estiagem é um problema “seríssimo” e que impactará no aumento da inflação no curto prazo. De acordo com sua previsão, somente em 2022 a situação será normalizada, com a inflação atingindo o centro da meta, de 3,5%.

Segundo o ministro, até o fim deste ano, o indicador deve bater entre 5,5% e 6%. O centro da meta perseguido, no entanto, é 3,75%. Será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Caso isso não ocorra, o Banco Central deverá divulgar documento público com justificativas para o erro no resultado.

Por esse motivo, o medo de um possível racionamento de energia fica cada vez mais forte. O governo, entretanto, refuta essa possibilidade. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez pronunciamento na TV na noite dessa segunda-feira (28/6) para tranquilizar a população.

De acordo com Albuquerque, não haverá racionamento de energia e também não há a possibilidade de apagões. O ministro, no entanto, pediu que a população diminua o consumo de energia de forma “voluntária”. “O uso consciente de água e energia reduzirá a pressão sobre o setor elétrico”, disse.

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