Situação econômica do país não vai melhorar para 69%, segundo Datafolha
Maioria dos entrevistados está pessimista; quase 7 em cada 10 brasileiros avaliam que a economia do país não vai melhorar nos próximos meses
atualizado
Compartilhar notícia
Quase sete em cada 10 brasileiros avaliam que a situação econômica do país não vai melhorar nos próximos meses, segundo pesquisa Datafolha.
Para 41% dos entrevistados, a expectativa é de piora. Para 28%, a situação vai ficar como está e, para outros 28%, ela vai melhorar.
A pesquisa foi realizada de 8 a 10 de dezembro de 2020. Os percentuais são praticamente os mesmos verificados no levantamento feito em agosto do ano passado.
Na pesquisa de dezembro de 2019, antes da crise gerada pela pandemia, o percentual de otimistas era maior: 43% achavam que a situação iria melhorar. Do restante, 24% esperavam piora e 31%, estabilidade.
Situação econômica individual
A pesquisa ouviu, por telefone, 2.016 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Para 2021, as expectativas do mercado financeiro são de retomada do crescimento, após a contração da economia registrada em 2020 por causa da pandemia. Os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado só devem ser divulgados nos próximos meses, mas economistas esperam que a economia do país tenha queda de 4,36%.
Em 2021, o crescimento esperado, segundo boletim Focus, do Banco Central, será de 3,4%. Esse crescimento, porém, não será suficiente para repor as perdas verificadas no ano passado, o que só deve ocorrer em 2022.
Auxílio emergencial e incertezas
Para o primeiro semestre deste ano, o cenário é de mais incertezas, por conta do tempo necessário para o início do programa de vacinação e da evolução dos casos e óbitos por Covid-19 no país.
A pesquisa do Datafolha mostrou que o auxílio emergencial ainda era única fonte de renda para 36% das famílias que receberam pelo menos uma parcela do benefício no ano passado.
Segundo a pesquisa, 39% dos entrevistados pediram o auxílio emergencial e 81% desses pedidos foram atendidos. Dados do governo mostram que o benefício alcançou quase 70 milhões de brasileiros. Em 2021, o benefício foi suspenso e o governo ainda não propôs um programa para substituí-lo.
Outras incertezas que devem permear o ano são a ampliação das desigualdades sociais e a retomada do emprego. Em novembro, o índice de desemprego bateu novo recorde, atingindo 14 milhões de brasileiros.
A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE iniciada em maio para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera o mercado informal de trabalho, autônomos e funcionários públicos.