Setor público tem pior rombo para julho desde 2002: R$ 16,1 bilhões
Em junho, havia sido registrado déficit de R$ 19,55 bilhões e, em julho de 2016, uma baixa de R$ 12,81 bilhões, segundo o Banco Central
atualizado
Compartilhar notícia
Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (Governo Central, estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 16,13 bilhões em julho, informou nesta quarta-feira (30/8), o Banco Central, por meio da Nota de Política Fiscal. O rombo é o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em dezembro de 2001.
Em junho, havia sido registrado déficit de R$ 19,55 bilhões e, em julho de 2016, um déficit de R$ 12,81 bilhões.
A conta negativa de julho foi composta por déficit de R$ 13,97 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS).Os governos regionais (estados e municípios) influenciaram o resultado com déficit de R$ 2,65 bilhões no mês. Enquanto os estados registraram saldo negativo de R$ 1,92 bilhão, os municípios também mostraram rombo de R$ 728 milhões. Já as empresas estatais tiveram superávit primário de R$ 491 milhões.
Acumulado do ano
Segundo o BC, as contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 51,32 bilhões no ano até julho. A quantia representa 1,38% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia déficit primário de R$ 36,59 bilhões (1,02% do PIB).
O resultado fiscal no acumulado de janeiro a julho foi obtido com um déficit de R$ 68,73 bilhões do Governo Central (1,85% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 16,34 bilhões (0,44% do PIB).
Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 13,35 bilhões (0,36% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 2,99 bilhões (0,08% do PIB). As empresas estatais registraram um superávit de R$ 1,06 bilhão no ano até julho (0,03% do PIB).
12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 170,52 bilhões em 12 meses até julho, o equivalente a 2,66% do PIB, informou o Banco Central. Este porcentual é o maior desde setembro de 2016 (3,04%).
O déficit primário do setor público consolidado considerado pelo governo é de R$ 163,1 bilhões para 2017, parâmetro que passou a ser referência após revisão da meta, anunciada na semana passada Essa projeção leva em conta um rombo de R$ 159 bilhões para o Governo Central em 2017.
Para o próximo ano, a meta do governo também é de déficit de R$ 163,1 bilhões para o setor público consolidado e de R$ 159 bilhões para o Governo Central.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em julho pode ser atribuído ao rombo de R$ 182,371 bilhões do Governo Central (2,85% do PIB). Os governos regionais (estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 10,045 bilhões (0,16% do PIB) em 12 meses até julho.
Enquanto os estados registraram um superávit de R$ 9,61 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 425 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 1,8 bilhão no período.
Gasto com juros
De acordo com o BC, o setor público consolidado teve gasto de R$ 28,48 bilhões com juros em julho, após esta despesa ter atingido R$ 31,51 bilhões em junho.
O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 25,52 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 2,61 bilhões e as empresas estatais, de R$ 346 milhões.
No ano, o gasto com juros subiu de R$ 206,58 bilhões até junho para R$ 235,06 bilhões até julho (6,31% do PIB). No mesmo período de 2016, essa despesa foi de R$ 213,89 bilhões (5,96% do PIB).
Em 12 meses, as despesas com juros caíram de R$ 440,297 bilhões para R$ 428,19 bilhões até julho (6,69% do PIB).
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 44,62 bilhões em julho. Em junho, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 51,06 bilhões e, em julho de 2016, deficitário em R$ 53,4 bilhões.
No mês passado, o Governo Central registrou déficit nominal de R$ 39,5 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 5,26 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 146 milhões.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit nominal no ano até julho de 2017 foi de 7,69%, uma soma de R$ 286,38 bilhões. Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 9,35% do PIB, com saldo negativo de R$ 598,71 bilhões.