metropoles.com

Servidores preparam arrancada contra reforma administrativa

O principal argumento do grupo é uma comparação com países da OCDE, que teriam mais funcionários públicos do que o Brasil

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Esplanada dos Ministérios
1 de 1 Esplanada dos Ministérios - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A frente parlamentar mista em defesa do serviço público divulgou estudo técnico nesta terça-feira (15/10/2019) contra a reforma administrativa.

Em 30 páginas, especialistas criticam a intenção do governo de fazer mudanças, por exemplo, na estabilidade do servidor público, remuneração e no modelo de contratação.

O deputado professor Israel Batista (PV-DF) lidera a iniciativa – que reúne 235 deputados e seis senadores. “Os servidores são os guardiões das políticas públicas de estado. Não se pode ser vulnerável aos ventos políticos eleitorais”, destacou.

O principal argumento do estudo é um comparativo da média de empregados no setor público com total da ocupação em países que compõem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. A média na OCDE é de 21,3%. Já no Brasil, 12,1%.

O presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, ressaltou a necessidade de analisar o projeto da equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Temos todos uma responsabilidade imensa com esse debate que já está acontecendo”, avaliou.

Rudinei criticou o relatório do Banco Mundial, divulgado na última semana, que mostrava um cenário de melhores salários para trabalhadores do serviço público do que aquele do mercado privado. “Foi um relatório encomendado. O serviço público é fundamental para enfrentarmos a desigualdade que afeta o Brasil”, enfatizou.

Profissionalismo
Para o economista especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Paulo Kliass, a reforma impede que haja servidores com “competência, qualificação e uma remuneração razoável”. “O estado necessita de um grau de profissionalismo. Precisa ter gente competente para fazer o trabalho para a maioria da população”, defende.

Braúlio Santiago Cerqueira, um dos organizadores do estudo, é categórico na sua avaliação ao pontuar que a reforma administrativa desenhada pelo governo irá precarizar o emprego.

“Não se trata de resolver a precarização do serviço na iniciativa privada, mas precarizar o emprego onde quer que haja emprego”, conclui.

Para Cerqueira, as mudanças apontam para a minimização do serviço público. “Agenda que resposta à crise (do governo) passa pela retirada de direitos. Há cinco anos estamos em uma política de austeridade que não deu resultados”, reclama.

A deputada Erica Kokay (PT-DF) critica o que chama de “perseguição do serviço público”. “Não toque nos direitos dos servidores. O projeto que está sendo pensado não cabe o servidor. Elegeram como inimigo os servidores desse país”, ponderou.

Leandro Couto, presidente da Articulação de Carreiras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (Arca), disse que o servidor deve se preparar para combater a reforma. “Temos um serviço público preparado. Vamos enfrentar nos gabinetes e nas ruas”, adiantou.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?