Servidores do BC começam a entregar comissões por reajuste salarial
Os representantes da autarquia também declararam que vão integrar a paralisação unificada prevista para o dia 18 de janeiro
atualizado
Compartilhar notícia
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) anunciou que, assim como a Receita Federal, iniciará uma lista de entrega das comissões no BC a partir desta segunda-feira (3/1). A mobilização tem como objetivo protestar pelo reajuste salarial dos servidores — reservado apenas para policiais federais até o momento.
De acordo com o sindicato, serão feitas reuniões virtuais nos próximos dias a fim de convencer o maior número de pessoas a aderir à ação. “Os substitutos eventuais (cerca de 500, número igual ao das comissões) também serão convidados a aderir ao protesto, abrindo mão de substituírem os titulares”, afirmou Fábio Faiad, presidente do Sinal.
Além disso, os representantes do Banco Central também declararam que vão integrar a paralisação unificada prevista para o dia 18 de janeiro, organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). A entidade tem cerca de 200 mil servidores públicos.
A revolta dos trabalhadores começou há duas semanas, quando o Congresso Nacional aprovou o Orçamento da União 2022 prevendo R$ 1,7 bilhão para reajuste dos salários de policiais federais. A reserva poderá beneficiar servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O aumento para a categoria partiu de uma demanda do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em período de férias até 7 de janeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, é contra reajustes salariais ao funcionalismo público neste momento.
Em mensagem a colegas da Esplanada dos Ministérios e integrantes da equipe econômica, Guedes comparou o possível reajuste à tragédia de Brumadinho. “Temos que ficar firmes. Sem isso, é Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir a barragem e morrerem todos na lama”.
Outra reclamação é o que representantes dos auditores chamam de “desmonte da Receita”. O relator do orçamento reduziu de R$ 2,5 bilhões para R$ 1,7 bilhão o valor para as atividades do órgão. Caberia a Paulo Guedes esclarecer quanto dos recursos disponibilizados poderiam ser usados para a regulamentação do bônus.