Servidor: reajuste será decidido em janeiro, diz secretário de Guedes
Mais cedo, servidores anunciaram greve unificada das categorias em fevereiro caso as demandas não sejam atendidas
atualizado
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Sob pressão dos servidores públicos por reajuste salarial, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou, nesta quarta-feira (29/12), que o governo só decidirá em janeiro quais categorias serão contempladas. Mais cedo, sindicatos anunciaram que, caso as demandas não sejam atendidas, uma greve unificada deve ocorrer em fevereiro.
Ao comentar o resultado das contas do Tesouro, Valle destacou que a diretriz do órgão é não conceder reajuste em 2022, conforme orientações do ministro Paulo Guedes (Economia). Na semana passada, contudo, o orçamento aprovado pelo Congresso separou R$ 1,7 bilhão para atender os policiais em ano eleitoral, uma das principais bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Essa discussão ainda está por ser feita, ainda não está definido como serão alocados esses recursos de R$ 1,7 bilhão. A gente ainda não tem uma definição e, ao longo do mês de janeiro, devemos ter mais clareza. A diretriz que a gente trabalha até então é de não reajuste ao longo de 2022”, disse.
Valle evitou falar sobre o pagamento de bônus para os auditores da Receita Federal, cuja minuta está parada na Casa Civil desde setembro, e disse que o orçamento deverá passar por alterações.
“Certamente a gente terá que fazer alguns ajustes, vai ter que alguns cancelamentos de despesa. Teremos mais detalhes nos próximos dias”, acrescentou.
Paralisações
O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) anunciou, nesta quarta-feira (29/12), um calendário de mobilizações dos servidores públicos em protesto pelo reajuste salarial. De acordo com o documento, a primeira paralisação ocorrerá no dia 18 de janeiro.
A entidade que formulou a agenda representa cerca de 200 mil servidores públicos. Para as primeiras duas semanas de janeiro, o Fonacate prevê entregas de cargos comissionados “e manifestações diversas do funcionalismo”.
“Diante da ausência de política remuneratória do governo federal, no momento em que a maioria dos servidores federais está com remuneração congelada desde 2017, acumulando, desde então, perdas inflacionárias medidas pelo IPCA de 27,2%, perdas essas que chegarão a 26,3% (IPCA acumulado + projeção Focus/Banco Central), somente no governo Bolsonaro (2019-2022), o único a não conceder reajuste geral ao funcionalismo federal nos últimos 20 anos, aprova o seguinte calendário de mobilização”, informou o Fonacate em comunicado.