Seis em 10 brasileiros estão em home office, registra pesquisa
Levantamento revela ainda que um em cada quatro trabalhadores acredita estar trabalhando mais do que o normal
atualizado
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Seis em dez (59,9%) brasileiros aderiram ao regime de home office – quando se trabalha em casa – por conta do novo coronavírus, revela pesquisa da empresa de monitoramento de mercado Hibou, em parceria com a plataforma de dados Indico.
O levantamento, realizado entre segunda (23/03) e terça-feira (24/03), ouviu 2,4 mil pessoas. A margem de erro é de 1,9 ponto percentual para mais ou para menos.
Coordenadora do levantamento, a fundadora da Hibou, Lígia Mello, explica que o grupo de trabalhadores que mais aderiram ao regime de teletrabalho foram os autônomos informais e microempreendedores.
Por outro lado, os profissionais que estão com maior dificuldade são os funcionários públicos. Isso porque nem todos os órgãos governamentais liberaram os servidores para trabalhar em casa.
Mais trabalho?
Home office, contudo, não significa menos trabalho. De acordo com o levantamento, um em cada quatro (25,2%) afirmou estar trabalhando mais em casa do que na empresa.
A jornalista Giovana Marques, de 21 anos, que trabalha como redatora em uma agência de comunicação, pertence a esse grupo que acredita estar trabalhando mais do que o normal. Ela foi contratada no último dia 16 e, dois dias depois, a empresa liberou os funcionários para o teletrabalho. Mas ela já sentiu diferença.
“Por estar em casa, a gente sente a necessidade de mostrar mais trabalho; fica com medo do que o empregador está pensando”, comenta.
Número deve aumentar
Lígia Mello destaca que os dados foram coletados no começo da semana e que, provavelmente, esse número será maior ainda na próxima.
“As pessoas estão cumprindo o protocolo e aprendendo a fazer as coisas em casa mesmo. Esse número deve aumentar, principalmente fora das grandes capitais”, analisa.
Segundo a fundadora da Hibou, a situação pode fazer com que as empresas comecem a adotar o home office como uma oportunidade de trabalho, mesmo após o período da quarentena. A medida pode favorecer a relação tempo-dinheiro.
“Os profissionais que conseguiram se adaptar a esse modelo de teletrabalho conseguem de volta um ativo que quem vive principalmente nas grandes capitais perdeu, que é o tempo”, aponta.
Para chegar no trabalho, no centro de São Paulo (SP), Giovana demora cerca de uma hora por dia. Ela admite que aproveita esse tempo em casa justamente para descansar.
“Acho superinteressante não ter que acordar tão cedo. Então posso dormir uma hora a mais, por exemplo”, explica.