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Secretário comenta dificuldade de acesso a crédito: “Canos entupidos”

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, tratou das dificuldades de acesso ao crédito no país

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Ministério da Fazenda
Secretário de reformas econômicas
1 de 1 Secretário de reformas econômicas - Foto: Ministério da Fazenda

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, citou “canos entupidos na economia brasileira” ao falar sobre as dificuldades de acesso ao crédito no Brasil.

Em uma reunião-almoço promovida pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), nesta terça-feira (11/4), com parlamentares e empresários, o secretário disse que a agenda da pasta que comanda é semelhante à de um encanador.

“A nossa agenda da secretaria eu brinco que é uma agenda de encanador. É uma agenda em que você tem um monte de pequenos problemas, um monte de canos entupidos na economia brasileira que a gente precisa desentupir”, disse ele.

“O problema do crédito no Brasil vai além da discussão conjuntural do nível atual de taxa de juros. Ele é muito mais estrutural, e ele tem a ver com esses canos entupidos que a gente tem na economia brasileira”, completou.

Ele afirmou que houve avanços como o cadastro positivo, mas outras medidas ainda podem ser trabalhadas junto à Receita Federal, facilitando o compartilhamento de dados do “bom devedor” com os credores e, assim, obtenha taxas juros mais baixas.

Após a viagem presidencial à China, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende lançar, ainda em abril, um pacote para estimular o acesso ao crédito, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. O próprio presidente tem manifestado sua preocupação com o assunto.

O governo também desenvolve o Desenrola, programa de renegociação de dívidas que busca fornecer “alívio financeiro” a pessoas endividadas e com pontuação de crédito negativa no Serasa. A ideia, discutida pela equipe econômica, é renegociar dívidas e possibilitar o retorno de inadimplentes ao mercado.

Arcabouço e reforma tributária

Sobre o novo arcabouço fiscal, regra proposta pelo governo para substituir o teto de gastos, o secretário afirmou que o novo marco, sozinho, não irá resolver o problema do país.

“O Brasil já tem consciência, ou deveria ter que só o macro acertado não vai resolver o problema do Brasil. A gente enfrenta há anos no país um problema de produtividade”, afirmou Barbosa.

O secretário ainda citou a necessidade da reforma tributária para corrigir as distorções no sistema e torná-lo mais justo e eficiente.

“É consenso, acho, entre todos os economistas que não há espaço para o Brasil aumentar sua carga tributária”, disse ele.

“O Brasil tributa muito pouco renda e muito consumo e deveria ser o contrário. É assim que todos os países desenvolvidos operam. A gente precisa sair dessa armadilha de só tributar consumo e passar a tributar renda de maneira mais efetiva”, concluiu.

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