Samuel Moreira sobre ameaça de Guedes: “Eu não me sinto pressionado”

O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), comentou a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que se o texto for alterado a ponto de ser apenas “uma reforminha”, deixará o Governo. Segundo o deputado, a fala em nada altera os trâmites na Câmara.

“Vamos cumprir a nossa responsabilidade. O nosso presidente, Rodrigo Maia, está empenhado e vamos fazer a reforma. A declaração dele não influencia a nós em nada. Nós sempre tivemos a meta de R$ 1 trilhão por convicção. Coincidiu com a meta do Governo e não vamos abrir mão dessa meta”, disse.

“Nós devemos reconhecer que a origem do projeto é do Governo. Nós vamos preservar a ideia de se fazer a reforma, porque o Brasil precisa disso. A reforma não é do Paulo Fu, do Samuel, do Rodrigo Maia. Ela é do Brasil”, prosseguiu.

O relator disse que não se sente pressionado e que fará alterações na proposta do governo. Ele pretende apresentar o parecer até o dia 15 de junho.

“Sinceramente, eu não me sinto nem um pouco pressionado e tenho certeza que os deputados também não. Terão alterações no projeto. Então, estamos tranquilos e firmes nesse processo. Mais importante agora é a posição dos líderes aqui na Câmara”, disse.

Os coordenadores de bancada e cada deputado. Temos que construir uma maioria aqui e Governo tem que buscar votos, de forma republicana, com tranquilidade. Tem 42 emendas. Estamos em reunião avaliando. Se Deus quiser, até o dia 15 entregaremos o relatório”.

Fala de Guedes 
O ministro da Economia, Paulo Guedes, ameaçou deixar o governo caso a reforma da Previdência não seja aprovada da forma como foi apresentada pela gestão Jair Bolsonaro (PSL). “Pego um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar”, disse, em entrevista à revista Veja nesta sexta-feira (24/05/2019).

Sobre as outras oportunidades em que declarou a possibilidade de deixar o governo, Guedes disse que não é irresponsável, mas não ficará com um cargo onde é o único a acreditar nas propostas da pasta comandada por ele. “Se só eu quero a reforma, vou embora para casa”, completou.